
Starmer viaja a Washington poucos dias depois da visita do presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou na segunda-feira que uma "trégua" é possível "nas próximas semanas".
O principal objetivo de Keir Starmer será fazer com que Trump e os Estados Unidos forneçam uma rede de segurança, talvez na forma de cobertura aérea e logística, para qualquer eventual envio de tropas europeias à Ucrânia para supervisionar um cessar-fogo.
Reino Unido e França lideram a proposta de enviar uma "força de segurança" de milhares de soldados europeus para proteger a Ucrânia se os combates cessarem.
O governo Trump descartou o envio de tropas, mas Starmer diz que a "rede de segurança" dos EUA é essencial para impedir a Rússia de "lançar outra invasão em poucos anos".
Ansioso por convencer o presidente americano, Starmer "será muito relutante em criticar Trump publicamente, mas terá que encontrar uma maneira de fazê-lo de forma diplomática, pelo bem da Ucrânia", explica Evie Aspinall, diretora do centro de investigação britânico "Foreign Policy Group".
O primeiro-ministro britânico também insistirá que a Ucrânia participe nas negociações para acabar com a guerra iniciada pelo governo de Vladimir Putin há três anos, depois dos Estados Unidos terem surpreendido a Europa ao iniciar negociações apenas com a Rússia.
Publicamente, Starmer já tentou apaziguar Trump ao dizer que está preparado para enviar forças de paz britânicas para o terreno, assim como a França.
Apoio a Zelensky
Ao contrário de outros líderes europeus, Starmer tentou evitar opor-se publicamente a Trump, mas na semana passada deu o seu "apoio" ao presidente ucraniano "democraticamente eleito", Volodimir Zelensky, depois de o presidente americano o ter chamado de "ditador".
Trump acusou tanto o presidente francês quanto o primeiro-ministro britânico de não fazerem "nada" para acabar com a guerra na Ucrânia.
Keir Starmer, no entanto, espera ser uma "ponte" entre os Estados Unidos e a Europa.
Outras questões tensas também estão na agenda de Starmer, incluindo as próximas tarifas de 25% anunciadas por Trump sobre o aço e o alumínio.
A intenção de Keir Starmer de transferir para as Ilhas Maurícias o controlo de Chagos, um arquipélago estratégico no Oceano Índico onde há uma base militar americana-britânica na ilha de Diego Garcia, também pode aumentar as tensões.
Comentários