
Num comunicado hoje divulgado, os estudantes justificam a greve com os resultados eleitorais, exigindo um compromisso com o “fim ao fóssil até 2030”. Para as 10h00 está agendada uma assembleia estudantil, na praça frente ao Liceu Camões.
Contactada pela Lusa, pelas 08h50, a PSP confirmou a ação, mas disse que no local já estavam alguns agentes a garantir a reabertura da escola.
Em declarações à Lusa, a porta-voz dos estudantes, Matilde Ventura, confirmou que pelas 08h50 a polícia estava a cortar os cadeados, adiantando que alguns professores quando chegaram admitiram não ter condições para dar aulas.
Admitiu, contudo, que com a reabertura algumas aulas possam começar, com atraso.
Citado no comunicado, Lucas Cavaquinha, estudante do Liceu Camões, afirmou: “Eu tenho o direito a ter um futuro e é por isso que estou aqui hoje. Nós não podemos aceitar mais um governo que nos condena ao colapso climático. A nossa geração não o vai aceitar”.
“Nesta assembleia vamos perceber como é que não vamos dar paz a este novo governo, até se comprometer com a reivindicação dos estudantes. Se eles não se comprometerem, não vão poder governar", acrescentou.
Climáximo critica resultados e marca "assentada popular" para 1 de junho
O coletivo Climáximo marcou hoje uma “assentada popular” para o dia 1 de junho, no aeroporto de Lisboa, criticou os resultados eleitorais de domingo e apelou à “resistência climática”.
“Estes resultados confirmam o que já sabíamos: confiar as nossas vidas a este parlamento é suicídio", refere o coletivo, num comunicado hoje divulgado em que anuncia a “assentada popular” para 1 de junho.
Para o Climáximo, os resultados da noite eleitoral, que deram a vitória à AD – Coligação PSD/CDS e deixaram Chega e PS com o mesmo número de deputados, sem incluir os eleitores residentes no estrangeiro, "são um sinal claro para todas as pessoas que sabem que é necessário travar o colapso climático e social de que este sistema foi construído”.
O coletivo, que apresentara uma análise do programa de todos os partidos em comparação com o Plano de Desarmamento e de Paz, já tinha afirmado: "confiar a nossa vida às urnas é suicídio", alegando que nenhum partido tinha um programa eleitoral “compatível com os limites e as barreiras de segurança delimitadas pela ciência”.
“Nenhum partido se comprometeu com a neutralidade carbónica e o fim da economia fóssil até 2030. Todos os partidos consentem com a construção de um novo aeroporto e, acima de tudo, todos preferem proteger o atual ‘status quo’ absurdo, em vez de transformar tudo enquanto ainda podemos, por uma vida justa para todos e por um planeta habitável", afirma uma das porta-vozes do movimento.
Em comunicado, o Climáximo diz que os resultados eleitorais devem servir para se abandonar “qualquer esperança de que o sistema irá resolver a crise climática e as crises sociais”.
“Temos de ser nós a construir o poder popular. Só o povo vai salvar o povo", escrevem.
Na nota, explicam que, no dia 1 de junho, o ponto de encontro para a “assentada popular” está marcado para as 15:00, na Alameda D. Afonso Henriques.
Esta iniciativa serve, segundo o movimento, para "travar a crise climática” e lutar “por transportes públicos grátis para todos".
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