"Eu não entro nessa medição de forças. As mulheres importantes estão aqui hoje, não no congresso do CDS. As mulheres importantes estão aqui a lutar pelos salários, seus direitos e horários, coisas que não passam pelo congresso do CDS", disse Jerónimo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre as declarações da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, ao Expresso.
Numa entrevista publicada na edição de hoje do semanário Expresso, Assunção Cristas afirma que se vê como primeira-ministra e diz considerar-se melhor do que o novo líder do PSD, Rui Rio.
Jerónimo de Sousa reiterou ainda a defesa por "salários e horários mais dignos e justos", mostrando-se contra a discriminação das mulheres, ao juntar-se à manifestação nacional organizada pelo Movimento Democrático de Mulheres, assinalando o Dia Internacional da Mulher (08 de março) pela igualdade e justiça social.
"Antes, o CDS tem de responder a uma possível frente de partidos com políticas de direita, por exemplo, quarta-feira, quando se vai discutir a legislação laboral. Qual é a posição do CDS? [Isto] é a 'posição das esquerdas' ou é antes uma opção de fundo por políticas que têm a ver com estes anseios e reivindicações das mulheres?", contrapôs, face ao anúncio de Assunção Cristas de que vai forçar as "esquerdas encostadas" a pronunciarem-se sobre o Programa de Estabilidade.
Tal como no passado, o CDS-PP vai assim apresentar uma “resolução negativa” sobre o futuro documento do Governo socialista, a fim de testar a maioria de esquerda no parlamento e obrigar BE, PCP e PEV a votarem ao lado do PS, desconhecendo-se, para já, o posicionamento da nova liderança do PSD.
O secretário-geral comunista recusou também alongar-se num balanço sobre os dois anos de mandato do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, porque "cada Presidente sempre teve características e estilos próprios".
"O mais importante, para nós, é que assuma aquilo que é o seu juramento mais solene: defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, naturalmente também com o respeito pela separação de poderes", concluiu o líder do PCP.
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