Esta posição da IURD Portugal foi assumida, em comunicado, um dia depois de o parlamento ter “chumbado” propostas de criação de comissões, pelo CDS e pelo PSD, para averiguar o que se passou com as alegadas adoções por responsáveis da Igreja no Brasil e analisar falhas no atual regime de adoção, que não comenta.
“Para a IURD Portugal, é essencial a conclusão clara e tão breve quanto possível destas iniciativas”, lê-se no comunicado, depois de se referir ao inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na sequência de uma série de reportagens na estação de televisão TVI, em dezembro de 2017, intituladas "Segredos dos Deuses".
Mais uma vez, como já fizera no início do ano, segundo o comunicado, a IURD declara a “sua total disponibilidade para cooperar com todas as entidades judiciais e outras que se mostrem necessárias à descoberta da verdade”.
O caso das alegadas adoções ilegais de crianças portugueses por pessoas ligadas à IURD, com sede no Brasil, começou com uma série de reportagens na estação de televisão TVI, em dezembro de 2017, intituladas "Segredos dos Deuses".
Em janeiro, realizaram-se vigílias em vários pontos do país, incluindo em frente à Assembleia da República, em Lisboa, em que se exigia a criação de uma comissão de inquérito sobre este caso, tendo-se recolhido milhares de assinaturas para a petição "Não Adoto esse Silêncio".
A IURD negou responsabilidades e já anunciou que vai recorrer à justiça para “exigir a reparação dos danos causados” com as notícias sobre casos de adoções ilegais, através do que considera ser uma “campanha infamante”.
O CDS-PP foi o primeiro partido a tomar uma iniciativa, em março, apresentado um projeto de lei para criar uma Comissão Técnica Independente para apurar o que se passou.
Em abril, o Bloco de Esquerda sugeriu um grupo de trabalho para analisar os problemas com o atual regime legal da adoção.
Em junho, foi o PSD a propor um uma comissão eventual para investigar o que se passou e os problemas que, ainda hoje, existem nos processos de adoção.
A petição foi discutida no parlamento na quarta-feira, tendo sido “chumbados”, com os votos da esquerda, PS, BE, PCP e PEV, os dois projetos, do CDS e do PSD.
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