De acordo com os últimos dados oficiais, 89.158 migrantes desembarcaram na costa italiana em 2023 face aos 41.435 no mesmo período de 2022, o que significa um aumento de 115,1%.
A Tunísia é agora o principal país de origem dos migrantes que chegam a Itália.
Os repatriamentos também tiveram um aumento de 28,05%, assim como os pedidos de asilo (70,59%), dos quais um em cada dois foi indeferido.
“Reforçaremos o sistema de expulsões, especialmente para pessoas que se mostraram perigosas”, disse o ministro do Interior, Matteo Piatendosi, em entrevista à edição de hoje do jornal “Il Messaggero”.
Piatendosi referiu que o Governo já conseguiu um aumento de 30% nas expulsões em 2023, percentagem que quer agora aumentar.
O aumento de chegadas de migrantes está “ligado a uma dramática crise socioeconómica na Tunísia”, reforçou.
“Prova disso é que se as estatísticas se limitassem aos países tradicionais de partida, nomeadamente Argélia, Líbia e Turquia, os dados das chegadas ao nosso país até diminuiriam”, acrescentou.
E sobre a mudança em relação às Organizações não Governamentais (ONGs) de ajuda no Mediterrâneo, alvo de ataques do Governo italiano, o ministro garantiu que “eles agora também estão a agir sob as diretrizes da guarda costeira italiana”.
“O salvamento no mar é garantido pelo Estado, visto que, dos 72.046 salvamentos na zona SAR [zonas marítimas sob soberania] quase todos foram realizados pelo Estado, enquanto as ONGs realizaram 4.113”, enfatizou.
A oposição italiana criticou o governo de Meloni pela gestão da imigração: “Eles gritam portos fechados, os italianos vêm primeiro, mas a direita está a demonstrar uma manifesta incapacidade de gerir a imigração”, escreveu na segunda-feira o presidente do progressista Partido Democrático (PD), Stefano Bonaccini, nas suas redes sociais.
Contudo, os desembarques continuam em Lampedusa onde, desde a meia-noite, chegaram 299 migrantes em sete pequenas embarcações, somando-se às 454 que desembarcaram na segunda-feira.
O Papa Francisco lembrou, no domingo, que “já morreram quase 2.000 homens, mulheres e crianças desde o início do ano” ao tentar chegar à Europa através da travessia do Mediterrâneo, apelando a “esforços políticos e diplomáticos” para evitar novas tragédias.
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