Durante o julgamento do político pela acusação de subornos a testemunhas no chamado caso “Ruby Ter”, a procuradora-adjunta Tiziana Siciliano afirmou que “o então primeiro-ministro costumava animar sistematicamente as suas noites recebendo na sua casa grupos de odaliscas, escravas sexuais a soldo”.
Na acusação, considerou que “estes factos já ficaram para a história”, independentemente das avaliações que os tribunais façam agora.
O processo “Ruby Ter”, que tenta esclarecer se o magnata subornou as testemunhas de outros processos para mentirem sobre o que aconteceu nas suas festas, é levado a cabo pelo Tribunal de Milão, mas, devido às suas amplas implicações, foi dividido em diferentes ramos em Turim, Pescara, Treviso, Monza e Siena.
Neste último, o tribunal absolveu Berlusconi e o pianista que costumava estar nas suas festas, Danilo Mariani, em outubro passado, considerando que não ficou provado que ele subornava o músico para não testemunhar contra ele.
A procuradora-adjunta disse que nas residências de Berlusconi acontecia “algo moralmente questionável, medieval, incrível”, uma “violência horrível contra as mulheres” que atualmente é “encarada com repulsa”.
Emilio Fede, jornalista da Mediaset, o grupo audiovisual detido pela família do magnata, foi mencionado na acusação como a pessoa que “ofereceu” as meninas ao “sultão” para “completar o harém”.
O antigo primeiro-ministro era um homem “que podia ter o mundo aos seus pés, com amizades como a de [Presidente russo, Vladimir] Putin, que agora está a pôr o mundo de joelhos”, mas agora “é um homem velho, um homem doente”, acrescentou Siciliano.
Em 2015, Berlusconi foi absolvido pelo Supremo Tribunal italiano no caso “Ruby”, alcunha da jovem marroquina Karima el Mahroug, com quem o político teve relações sexuais quando esta era menor, e depois o caso ” Rubi bis” em que alguns dos seus colaboradores foram condenados.
O três vezes primeiro-ministro, que venceu a covid-19 em 2020 e foi hospitalizado em diversas ocasiões nos últimos meses por vários problemas, incluindo cardíacos, não compareceu às audições judiciais alegando problemas de saúde.
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