O exército israelita ordenou a “evacuação imediata” de uma área “que cobre aproximadamente 20%” da cidade de Khan Yunis, disse o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA).
“A extensão dos deslocamentos resultantes da ordem de evacuação não é clara”, acrescentou o OCHA.
A área de Khan Yunis, alvo da ordem de evacuação, era o lar de mais de 111 mil habitantes antes do início da ofensiva israelita, há dois meses, e tem atualmente cerca de 141 mil palestinianos que fugiram dos combates, refugiados em 32 campos.
Na segunda-feira, o exército israelita indicou que estava a intensificar as operações em Khan Yunis.
Desde o início do conflito, desencadeado por um ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, em 07 de Outubro, Israel tem emitido ordens de retirada para civis antes de realizar ataques na Faixa de Gaza, divulgado mapas nas redes sociais.
No entanto, há seis dias que o enclave vive um quase total corte no acesso às telecomunicações e Internet, sendo que Israel bloqueou também o fornecimento de eletricidade e combustível, complicando a utilização de dispositivos eletrónicos, sublinhou o OCHA.
Depois de consolidar o controlo do norte de Gaza, Israel está a concentrar esforços militares em Khan Yunis, reduto do Hamas no sul e local de nascimento do líder do grupo em Gaza, Yahya Sinwar, e em cujos túneis o Exército israelita acredita que esteja escondido.
Os meios de comunicação israelitas disseram na quarta-feira que as tropas de Telavive acreditam que estiveram prestes a capturar Sinwar nos túneis daquela cidade em duas ocasiões recentemente, mas o líder islamita escapou.
“Khan Yunis é um centro de gravidade para o Hamas. É um grande desafio travar uma guerra urbana naquela área, uma vez que toda a esfera civil foi armada pelo Hamas”, disse o porta-voz do exército israelita, tenente-coronel Peter Lerner.
Por sua vez, as Brigadas Al-Qasam, o braço armado do Hamas, declaram na quarta-feira que nos últimos dias opuseram forte resistência contra “as forças sionistas da ocupação” na Cidade de Gaza, Jabalia e Khan Yunis e mataram soldados israelitas, atacando veículos militares e com francoatiradores.
O Governo do Hamas, no poder em Gaza desde 2007, anunciou na quarta-feira que as operações militares israelitas na Faixa de Gaza fizeram 20 mil mortos desde o início da guerra, a 07 de outubro, contabilizando também 52.600 feridos.
Israel declarou guerra ao Hamas, em retaliação ao ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado, em 1948, perpetrado a 07 de outubro pelo grupo em território israelita, que fez 1.139 mortos, na maioria civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Cerca de 250 pessoas foram também sequestradas nesse dia e levadas para Gaza, 129 das quais se encontram ainda em cativeiro, pelo movimento, considerado uma organização terrorista pela UE, pelos EUA e por Israel, acrescentaram.
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