“Há quase 20 anos que a direita ocupa o Palácio de Belém, muitas vezes colocando em causa ou tentando adiar e protelar avanços sociais importantes. E se podemos dizer que isto aconteceu por organização e união das áreas da direita, podermos dizer também que a esquerda não se tem organizado como devia” referiu Isabel Mendes Lopes.
A deputada eleita nas legislativas de março pelo círculo de Lisboa falava no pavilhão municipal da Costa de Caparica, no concelho de Almada, no 14.º Congresso que decorre até domingo para eleger os novos órgãos internos e aprovar o programa eleitoral para as eleições europeias de 09 de junho.
Isabel Mendes Lopes, que lidera a lista A candidata ao Grupo de Contacto, adiantou que as constantes divisões à esquerda resultam num adiamento de Portugal e defendeu a sua união para que a Presidência da República tenha, de novo, “uma figura que defenda a justiça social e ambiental”.
“É preciso fazer um caminho conjunto, entre forças progressistas, para garantir que cenários de desunião e desentendimento não resultem em mais anos perdidos na Presidência da República. É preciso uma figura que defenda liberdades e direitos cívicos; igualdade e justiça social; aprofundamento da democracia em Portugal e construção de uma democracia europeia; ecologia, sustentabilidade e solidariedade intergeracional”, reforçou a deputada.
Na sua intervenção Isabel Mendes Lopes defendeu ainda que o Livre vai continuar o seu caminho “preparado para uma mudança de ciclo e um próximo governo das esquerdas”.
“Continuaremos a fazer uma política positiva e propositiva, que mostre a todas as pessoas um caminho claro de participação coletiva, que desmonte discursos de ódio e polarização e que apresente, em seu lugar, um futuro desejável e alcançável”, frisou, adiantando que o partido está “no melhor momento de sempre”.
A líder parlamentar do Livre considera que o país tem hoje um cenário difícil, com grandes ameaças à democracia e aos direitos humanos, com o crescimento da extrema-direita que faz com que a estabilidade governamental e parlamentar esteja fragilizada e constantemente em causa.
Por outro lado, adiantou, “o campo da direita democrática tem sido inconstante quanto à sua disponibilidade para dialogar e entender-se com a extrema-direita, e também isto deve deixar todos os democratas alarmados e atentos”.
Isabel Mendes Lopes alertou que o partido tem agora a grande responsabilidade de corresponder ao crescimento recente, com desafios exigentes, entre eles os processos eleitorais dos próximos dois anos.
Comentários