A televisão estatal iraquiana, Al Iraquiya, anunciou que Mohamed al-Halbusi presidirá novamente à câmara após obter 200 dos 228 votos dos deputados que assistiram a uma sessão marcada por um confronto.
O protagonista da altercação foi outro candidato à presidência do parlamento, Mahmud al-Machhadani, que, devido a ser o deputado mais velho, tem 73 anos, foi o encarregado de abrir a sessão inaugural da assembleia, três meses após as eleições legislativas.
Al-Machhadani foi hospitalizado após ter sido agredido por um deputado do bloco Sadrista, o mais votado nas eleições de 10 de outubro, no momento em que decidiu adiar a sessão para deliberar sobre a votação, disse uma fonte parlamentar que não quis ser identificada à agência noticiosa espanhola EFE .
Os deputados devem começar por eleger um presidente do parlamento, função tradicionalmente atribuída a um sunita, e no prazo de 30 dias após a sessão inaugural a assembleia deve eleger o Presidente da República.
Este terá então de nomear um primeiro-ministro, escolhido pela maior coligação. Uma vez nomeado, o primeiro-ministro tem 30 dias para formar um governo.
Analistas preveem que o novo executivo possa estar constituído até meados de março.
A corrente de Moqtada al-Sadr venceu as eleições legislativas antecipadas com a eleição de 73 dos 329 deputados.
O líder xiita disse já em várias ocasiões que espera romper com a tradição iraquiana de governo de “consenso”, para constituir um “governo maioritário”.
Moqtada al-Sadr tenciona estabelecer uma aliança com duas formações sunitas, Azm e Taqadom, e um partido curdo, o PDK, para alcançar uma maioria suficiente para nomear um primeiro-ministro, cargo que historicamente pertence a um muçulmano xiita, tendo em conta o “mouhasasa”, sistema de quotas religiosas e étnicas existente no Iraque.
Entre os xiitas, os rivais pró-Irão de Moqtada Sadr da Aliança da Conquista, braço político dos ex-paramilitares pró-iranianos do Hachd al-Chaabi, discordam. Depois de terem conseguido 17 lugares no parlamento, a formação contestou as eleições em tribunal, alegando fraude na votação.
O período pós-eleitoral tem sido marcado por instabilidade e violência.
Apoiantes de Hachd al-Chaabi manifestaram-se diante da Zona Verde de Bagdade, que abriga edifícios do governo e a embaixada americana.
A 7 de novembro, as tensões aumentaram com uma tentativa de assassínio não reivindicada, com um avião não tripulado (‘drone’), contra o primeiro-ministro Mustafa al-Kazimi.
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