“Foi entregue ontem (segunda-feira) uma carta na agência sobre o início de certas atividades”, indicou o vice-presidente iraniano Ali Akbar Salehi, citado pela agência noticiosa iraniana Fars.

Igualmente presidente da organização iraniana de energia atómica (OIEA), Salehi adiantou que “se as condições o permitirem”, talvez na quarta-feira à noite possa ser declarada “a abertura do centro de produção de novas centrifugadoras” em Natanz (centro).

“O que fazemos não viola o acordo” sobre o programa nuclear iraniano, do qual os Estados Unidos se retiraram a 08 de maio, disse Salehi, assinalando que os “passos não significam que as negociações (com a Europa) falharam”.

O vice-presidente referia-se às discussões entre o Irão e a União Europeia, Alemanha, França e Reino Unido para tentar manter a República Islâmica no acordo apesar da retirada norte-americana.

Num discurso na segunda-feira, o guia supremo iraniano, Ali Khamenei, indicou que “a OIEA (tem) o dever de se preparar rapidamente” para aumentar a sua capacidade de produção de urânio enriquecido.

O enriquecimento de urânio permite produzir combustível para as centrais nucleares de produção de eletricidade ou pode ter outras aplicações civis, no campo da medicina por exemplo, mas altamente enriquecido e em quantidade suficiente o urânio pode também permitir o fabrico de uma bomba atómica.

Acusado pelos Estados Unidos e Israel de tentar obter a arma atómica, o Irão sempre afirmou que o seu programa nuclear tinha unicamente fins pacíficos e civis.