O responsável disse estar cansado da “insolência” dos europeus, segundo a Fars.

Teerão anunciou a 08 de maio que deixaria de respeitar dois dos seus compromissos no âmbito do acordo, renunciando a limitar as suas reservas de água pesada e de urânio enriquecido.

O presidente Hassan Rohani fez ainda um ultimato, dando 60 dias aos Estados ainda parte do acordo para que eles o ajudem a contornar as sanções norte-americanas.

Os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do pacto em maio de 2018 e restabeleceram sanções ao Irão, que arruínam a sua economia.

Rohani disse que o Irão deixará de respeitar as restrições sobre o grau de enriquecimento de urânio (limitado a 3,67% pelo acordo) e retomará o seu projeto de construção de um reator de água pesada em Arak (centro) se os signatários do acordo não cumprirem os seus compromissos.

A agência Fars indicou ter recebido hoje uma “nota exclusiva” do almirante Ali Shamkhani, secretário-geral do Conselho Supremo da Segurança Nacional (CSSN), na qual ele se queixa dos europeus por exercerem uma “pressão crescente” para forçar o Irão “a continuar a respeitar” os seus compromissos “sem que as outras partes” cumpram os seus.

Consequentemente, refere a nota, “tendo por base a decisão do CSSN” anunciada a 08 de maio, “a segunda etapa do plano de redução dos compromissos assumidos pelo Irão (…) começará resolutamente a partir de 7 de julho”.

Deste modo, “os países que tomaram a ‘paciência’ da República Islâmica por fraqueza e letargia” verão que “a resposta do Irão à agressão do ‘drone’ norte-americano (abatido a 20 de junho) não será diferente daquela” que se oporá aos seus “esforços políticos dissimulados para restringir os direitos inalienáveis do povo iraniano”, adianta a Fars citando a nota.

O pacto assinado em Viena em 2015 entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança — Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China — mais a Alemanha) limita o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais.

A Europa adotou uma série de medidas de contraponto em relação às sanções impostas pelos Estados Unidos desde maio de 2018, mas estas não têm sido eficazes.