Numa entrevista a vários jornalistas, transmitida em direto pela televisão, o porta-voz da Organização Iraniana de Energia Atómica, Behrouz Kamalvandi, precisou que o Irão vai continuar a permitir o acesso dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) às suas instalações nucleares, mas avisou que “os europeus devem perceber que não resta muito tempo” para salvar o acordo de 2015.
O pacto foi assinado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), mais a Alemanha, e previa o levantamento de sanções internacionais em troca de limitações e maior vigilância do programa nuclear iraniano.
Um ano após o anúncio da decisão norte-americana de abandonar o acordo, o Irão declarou que não se sentia obrigado a continuar a respeitar alguns dos seus compromissos do pacto enquanto os restantes signatários não conseguissem ajudá-lo a contornar as sanções dos Estados Unidos
Na ocasião, porta-voz referiu-se à nova fase do plano de redução de compromissos assumidos pelo Irão perante a comunidade internacional sobre a sua atividade nuclear, mas Behrouz Kamalvandi adiantou que o Irão tem capacidade para ir além do enriquecimento de 20% do urânio, segundo refere a AP.
De acordo com os analistas, este nível de 20% está apenas a um pequeno passo técnico do enriquecimento a 90%, que é o nível usado em armamento.
As declarações do porta-voz da Organização Iraniana de Energia Atómica surgem na véspera da reunião da Agência Internacional de Energia Atómica com as autoridades iranianas.
“O diretor geral interino da AIEA, Cornel Feruta, vai viajar para Teerão no sábado para se reunir com as autoridades iranianas no domingo, dia 08 de setembro”, divulgou a agência num comunicado emitido na sexta-feira.
Segundo o documento, esta visita de Cornel Feruta faz parte das “interações em curso” entre o Irão e a AIEA, acrescentando que inclui “a verificação e monitorização” da agência ao acordo de Viena, assinado em 2015, sobre a energia nuclear iraniana.
Na sexta-feira, a Comissão Europeia instou o Irão a retroceder na intenção de reduzir os seus compromissos nucleares assumidos com a comunidade internacional, no âmbito do acordo assinado em 2015, pedindo que Teerão “não prejudique” tal protocolo.
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