“Identificámos um leque de desafios para Portugal como aumentar os investimentos para uma transformação industrial inteligente e inovadora; olhar para as regiões onde existe pobreza e reduzi-la e melhorar a qualidade do ar para fazermos face às alterações climáticas”, disse, em Lisboa, o responsável da direção-geral regional (DG Regio) da Comissão Europeia, Rudolf Niessler.
Por outro lado, “é importante lidar com a questão demográfica”, uma vez que se registou um decréscimo geral de população nos últimos dez anos.
Durante a sua intervenção na sessão “Orientações para o investimento e política de coesão no período 2021-2027”, organizada pela Comissão Europeia, o diretor da DG Regio indicou que Portugal tem 1,3% do PIB investido em investigação e inovação, um valor “abaixo das ambições nacionais e dos objetivos europeus”, sendo importante aumentar o investimento privado no país.
“Portugal deve colocar um ênfase especial na melhoria das novas tecnologias. [O país] já tem boas bases, porque tem boas redes instaladas”, defendeu.
Para Rudolf Niessler, no âmbito de uma Europa mais verde e neutra ao nível do carbono, a Comissão Europeia olha para Portugal “com grande receio”, após “a violência dos fogos do ano passado”.
Portugal “é um dos países mais vulneráveis em termos dos impactos das mudanças climáticas em toda a Europa”, acrescentou.
Adicionalmente, deve ser aumentada a utilização de energias renováveis, como a solar, a eólica e das marés.
“Portugal apresentou um guião para a neutralidade carbónica. O caminho já está traçado, mas exige um investimento em massa. As autoridades portuguesas dizem que são necessários dois mil milhões de investimento adicional para cumprir os objetivos para 2050”, sublinhou o responsável da DG Regio.
Ao nível dos transportes, segundo a Comissão Europeia, Portugal com uma das taxas mais elevadas de utilização automóvel, deve investir na ferrovia, em infraestruturas marítimas e num transporte urbano mais sustentável.
É igualmente importante ter atenção às áreas rurais e garantir ligações aos grandes centros urbanos.
Por sua vez, a diretora-geral adjunta da DG-Emprego da Comissão Europeia, Andriana Sukova, deu “os parabéns” a Portugal pela melhoria dos níveis de emprego e pela redução do desemprego.
No entanto, “temos que continuar vigilantes”, e o desemprego jovem continua “muito alto” em Portugal, com níveis superiores aos da média europeia, notou.
“Precisamos de políticas para os baixos níveis de qualificações”, defendeu Sukova.
A Comissão Europeia propôs, em 01 de junho de 2018, uma verba de cerca de 7,6 mil milhões de euros no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027, a preços correntes, abaixo dos 8,1 mil milhões do orçamento anterior, com uma ligeira subida nos pagamentos diretos e cortes no desenvolvimento rural.
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