Na moção “Preparados para liberalizar Portugal 2022”, que João Cotrim Figueiredo leva ao Congresso de sábado e domingo em Lisboa, assume-se “como sendo de ambição realista” alcançar “4,5% dos votos a nível nacional” e a “eleição de cinco deputados, nos distritos de Lisboa e Porto e com possibilidades também em Braga, Setúbal e Aveiro”.
Na moção, com 88 páginas, de que é primeiro subscritor o líder da IL e recandidato ao cargo, sem competição, define-se também que o partido poderá “ser a chave de uma solução de Governo alternativa à do Partido Socialista, através da integração de um Governo de coligação com forças políticas não socialistas e não-populistas, desde que o respetivo programa assuma um cariz reformista e contenha um conjunto significativo de medidas liberais”.
A IL admite também ser a chave pela “viabilização parlamentar de um Governo não-socialista, mediante acordo escrito que preveja a adoção, durante a legislatura, de um conjunto de reformas e medidas liberais”.
“A Iniciativa Liberal não celebrará, em nenhum dos atos eleitorais previstos ou antecipados, quaisquer acordos escritos ou verbais, pré ou pós-eleitorais com o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português ou o Chega”, estabelece a moção.
O documento aponta para o “sucesso eleitoral nas eleições Legislativas Regionais da Região Autónoma da Madeira em 2023”, de setembro de 2023, o que significa “eleger pelo menos um deputado para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira”, e nas Europeias de 2024, mesmo estando fora do horizonte temporal da moção, assume-se a ambição da eleição de um eurodeputado.
Na moção, os liberais rejeitam “o pântano do bloco central” e recusam aproximar-se do centro político, “onde supostamente se ganham eleições e cargos”.
“Precisaríamos de diluir as nossas ideias. Não o faremos. É um preço demasiado alto a pagar. A nossa missão é desafiar a hegemonia socialista, presente em todos os partidos, e puxar o centro ‘consensual’ para o campo liberal. Não queiramos aproximar-nos do centro como ele é visto em Portugal, estimulemos o centro a aproximar-se de nós, estimulemos o centro a centrar-se no programa liberal”, argumenta-se no documento.
De acordo com a moção, a IL deverá priorizar a abordagem aos jovens e à “classe média dinâmica”, onde se podem incluir “pequenos empresários e comerciantes, profissionais liberais, trabalhadores por conta própria e empreendedores, profissionais da Cultura e Indústrias criativas, proprietários e Aforradores, funcionários públicos, quadros técnicos e gestores de empresas privadas.”
Na mensagem do primeiro subscritor da moção, Cotrim Figueiredo sublinha que a IL tem “sete vezes mais membros do que há dois anos” e “oito vezes mais núcleos”, assinalando que cresceram eleitoralmente de cada vez que foram a votos.
“Conseguimos passar de ser vistos como um epifenómeno para sermos a chave de uma alternativa às governações estatistas das últimas décadas”, escreve.
Nessa mensagem, Cotrim Figueiredo anuncia uma “renovação de quase metade dos candidatos a integrar a comissão executiva” que consigo subscrevem a moção.
Na lista para a comissão executiva 2021/2023, João Cotrim Figueiredo surge em primeiro lugar, como presidente, seguindo-se os vice-presidentes Ricardo Pais Oliveira e António Costa Amaral, o secretário-geral Miguel Rangel e o tesoureiro Bruno Mourão Martins, e depois os vogais Rodrigo Saraiva, Carla Augusto, Bernardo Blanco, João Caetano Dias, Vicente Ferreira da Silva.
Integram também a lista como vogais: Rafael Corte Real, Miguel Pina e Cunha, Catarina Maia, Paulo Carmona, Luis Nascimento, Pedro Schuller, Ana Pedrosa Augusto, Rui Rocha, Leonor Dargent, Cláudia Vasconcelos, Ricardo Zamith, Miguel Noronha, Ana Vasconcelos Martins, Rui Ribeiro e Pedro Almeida.
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