Os incidentes ocorreram na Via Laietana, em Barcelona, onde os denominados Comités de Defesa da República (CDR) convocaram uma concentração em frente à sede da polícia, indicou a agência Efe.
A polícia catalã indicou através da rede social Twitter que foram lançadas garrafas de vidro e outros objetos contra um cordão de segurança estabelecido pela força de intervenção na Via Laietana.
Pelo menos quatro manifestantes ficaram também feridos esta noite, em resultado da resposta violenta da polícia e do lançamento de objetos pelos manifestantes.
O Sistema de Emergência Médica (SEM) indicou que os seus serviços trataram quatro pessoas feridas, das quais duas receberam alta “in situ”. Um dos feridos foi transferido para um centro de saúde, onde se encontra a receber tratamentos.
Segundo a Guarda Urbana de Barcelona, cerca de 350 mil pessoas manifestaram-se este sábado à tarde em Barcelona sob o lema “Liberdade” para protestarem contra a sentença de prisão do Supremo Tribunal espanhol, no passado dia 14, para nove líderes independentistas, Oriol Junqueras, Raül Romeva, Joaquim Forn, Jordi Turull, Josep Rull, Dolors Bassa, Carme Forcadell, Jordi Sànchez e Jordi Cuixart.
O vice-presidente do executivo catalão, Pere Aragonès, bem como os conselheiros Josep Bargalló (Educação), Àngels Chacón (Economia) ou Damià Calvet (Território) também participaram na manifestação.
Os manifestantes exibiram bandeiras e cartazes com ‘slogans’ como “A prisão não é a solução”, “Basta de repressão”, “Amnistia” ou “Espanha, senta-te e conversa”. As proclamações a favor da “independência” da Catalunha e da liberdade dos “presos políticos” marcaram as intervenções na manifestação.
Um grupo de manifestantes bloqueou as linhas de caminho-de-ferro e impediu a circulação ferroviária nas linhas suburbana R-3,junto à estação Mollet-Santa Rosa (Barcelona), e R12 (Cervera-Lleida).
As autoridades catalãs apelaram à “unidade” e sublinharam o caráter “não-violento” do movimento independentista e exigiram que o Governo e o Parlamento em Madrid deem “urgentemente” uma resposta política e institucional ao “momento histórico” que constitui a decisão do Supremo Tribunal.
“Perante este ataque sem precedentes à democracia, precisamos urgentemente de uma resposta política e institucional no auge deste momento histórico que estamos a viver”, afirmaram através de um manifesto lido durante a manifestação pela presidente da ANC, Elisenda Paluzie.
As entidades organizadoras do protesto afirmaram que continuarão a liderar mobilizações “pacíficas, transversais e inclusivas”, e pediram às instituições catalãs e espanholas “propostas políticas” que respondam ao “clamor das ruas”.
“Fá-lo-emos como o fizemos até agora, de forma serena e pacífica, mas persistente e perseverante”, afirmaram, antes de garantir que “as liberdades” que reivindicam “são defendidas com a palavra e conquistadas com a mobilização pacífica de forma imaginativa, massiva e plural”.
O Supremo Tribunal espanhol condenou, a 14 de outubro, os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão.
A sentença motivou protestos independentistas, que começaram no próprio dia do anúncio do Supremo e se repetiram ao longo de vários dias em Barcelona e em outras cidades da região autónoma.
A par de várias manifestações pacíficas, a vaga de contestação ficaria igualmente marcada por distúrbios e violentos confrontos entre manifestantes mais radicais e as forças de segurança.
Os protestos na Catalunha ficaram igualmente marcados por cerca de duzentas detenções e centenas de agentes das forças de segurança feridos.
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