“É preciso criar, com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), uma primeira linha de sinalização e acompanhamento” das pessoas, que, mais de quatro meses após a tragédia, continuam a “sofrer situações de perda, dor e tristeza”, disse à agência Lusa José Francisco Rolo, vice-presidente daquele município do distrito de Coimbra, presidido por José Carlos Alexandrino.
Importa “capacitar para tal os técnicos das IPSS”, os quais, pela sua proximidade às famílias, designadamente aos idosos e crianças, poderão contribuir para o “reforço do acompanhamento das situações no terreno”, adiantou o autarca, que detém os pelouros da Saúde e da Ação Social e que interveio hoje, em Oliveira do Hospital, no encontro subordinado ao tema “Respostas emocionais a situações de catástrofe”.
Os utentes dos centros de saúde dos concelhos de Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital, que integram a Unidade de Saúde Mental Comunitária do Pinhal I (USMCP I), passaram por “um processo traumático” cujas sequelas perduram e “obrigam à atuação da rede da saúde, mas também da rede social”, sublinhou.
O vice-presidente da autarquia lembrou que Oliveira do Hospital foi um dos municípios mais atingidos pelos fogos de outubro último, que causaram localmente 12 mortos e destruíram 97% do território.
Na abertura do trabalhos, segundo Francisco Rolo, José Carlos Alexandrino "lamentou mais uma vez" que 6.000 utentes do Serviço Nacional de Saúde continuem sem médico de família em Oliveira do Hospital, um problema cuja resolução "é a grande prioridade" do concelho na área da saúde.
Por outro lado, o presidente da câmara elogiou o "excelente exemplo" do trabalho que tem sido realizado no concelho pela USMCP I, acrescentou.
O encontro foi uma iniciativa da Unidade de Saúde Mental Comunitária, em parceria com a Câmara Municipal e colaboração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Administração Regional de Saúde do Centro e Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte.
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