"Uma boa solidariedade que todos podemos prestar é vir visitar estes concelhos e estes eventos que as câmaras estão a organizar, porque é uma forma de ajudar e dar vida e ânimo a estes territórios, sobretudo, nesta altura [Natal]", afirmou António Costa.
O primeiro-ministro deslocou-se à Pampilhosa da Serra, onde visitou um evento natalício organizado pelo município local, o "Pampilhosa Inspira Natal e Solidariedade".
António Costa recordou que a Pampilhosa da Serra foi um dos concelhos mais afetados durante este verão pelos incêndios.
"Hoje está aqui celebrando o Natal e convocando no espírito de Natal, o amor e aquilo que é também a dedicação às nossas terras, às nossas gentes e a força para fazer renascer o país", frisou.
Adiantou ainda que é fundamental que através da valorização e da promoção dos produtos tradicionais se ajude a fixar e a atrair pessoas para estas terras.
"Este é um dos concelhos mais bonitos do ponto de vista da natureza e é essencial que as pessoas retomem a confiança nestes territórios", concluiu.
Já o vice-presidente deste município do distrito de Coimbra, Jorge Custódio, recordou que o concelho teve um verão muito complicado, com muitos fogos.
"O concelho da Pampilhosa tem cerca de 80% do território queimado, são mais de 500 casas que foram danificadas ou totalmente destruídas. É muita coisa. E era importante, pelo menos nesta quadra natalícia, dar um sinal a toda a população que a vida continua. Não é um espírito de festa, mas de dizer às pessoas que não podemos baixar os braços", afirmou.
O autarca sublinhou ainda que este evento tem um espírito solidário e que a melhor maneira de ajudarem a Pampilhosa da Serra e as pessoas é visitando-a.
Como mensagem de todo o concelho para o primeiro-ministro, Jorge Custódio pediu que não se esqueçam deste interior do país.
"Este interior não pode ser esquecido. Não é só para o senhor primeiro-ministro, mas para todo o país, porque este interior faz parte deste país e não pode ficar para trás", sustentou.
Já como prenda de Natal, o autarca sublinhou que gostava que, de uma vez por todas, o concelho tivesse boas infraestruturas rodoviárias: "Que tivéssemos finalmente uma estrada com esse nome, que tanta falta faz ao concelho da Pampilhosa".
O incêndio que deflagrou há seis meses no concelho de Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos fez 66 mortos e 253 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e quase 50 empresas.
Quarenta e sete das vítimas mortais seguiam em viaturas, no dia 17 de junho, e ficaram cercadas pelas chamas na EN (estrada nacional) 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos ou em acessos a esta via.
Extintas passado uma semana, as chamas vieram, em 20 de junho, a juntar-se às do fogo que, cerca de dez minutos depois do início do fogo no concelho de Pedrógão Grande (em Escalos Fundeiros), no interior norte do distrito de Leiria, eclodiu no município de Góis (distrito de Coimbra), em Fonte Limpa.
Estes fogos devastaram cerca de 53 mil hectares de território, 20 mil hectares dos quais de floresta, sobretudo dos municípios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, de Góis, Penela e Pampilhosa da Serra (Coimbra) e da Sertã (Castelo Branco), mas também de Alvaiázere e Ansião (Leiria), de Arganil (Coimbra) e de Oleiros (Castelo Branco).
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