Segundo revelou Pedro Cegonho, em declarações à agência Lusa, a Anafre considera importante, "com um quadro novo de eleitos locais, repetir a formação em Proteção Civil a todos os presidentes de junta".
"Todos reconhecemos a importância que, ao nível da prevenção, da sensibilização e da informação, a ação tem de ser a este nível micro", afirmou o dirigente da Anafre.
O autarca falava após uma reunião com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e os secretários de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, e das Autarquias Locais, Carlos Miguel.
O encontro, explicou o também presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique (Lisboa), serviu para analisar a "necessidade de todos estarem disponíveis para agir no quadro da nova reorganização estratégica da Proteção Civil".
"Reforçamos as sugestões que já tínhamos deixado anteriormente, achamos que tem de haver uma alteração à Lei de Bases da Proteção Civil, que permita a criação das unidades locais com as freguesias", adiantou Pedro Cegonho.
Além da criação de "manuais de boas práticas", com a participação da Autoridade Nacional de Proteção Civil e a Anafre, estes instrumentos devem ser utilizados pelas unidades locais de Proteção Civil, a criar em coordenação com os presidentes de junta e envolvendo os agentes locais.
"É muito importante que existam estruturas a esta escala micro e muito rotinada", salientou o autarca, acrescentando que as novas unidades locais devem dinamizar a participação de elementos de segurança, bombeiros, escolas, centros de saúde, entre outros.
Para a Anafre, todos os presidentes de junta devem estar presentes nos conselhos municipais de Proteção Civil, e não apenas um em representação dos restantes, e a competência da criação das unidades locais de Proteção Civil deve ser da freguesia, em articulação com o município e os planos municipais.
Pedro Cegonho aproveitou o encontro para convidar os novos governantes da Administração Interna para estarem presentes na reunião do conselho diretivo da Anafre, com os coordenadores distritais, que discutirá a 10 de novembro, em Lisboa, as medidas para a reformulação da Proteção Civil.
O ex-ministro Adjunto Eduardo Cabrita foi nomeado para ministro da Administração Interna, substituindo no cargo Constança Urbano de Sousa, que se demitiu em consequência dos incêndios que provocaram mais de uma centena de mortos.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves, nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos, morrendo ainda uma mulher atropelada quando fugia das chamas.
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