"O aumento do nível de prontidão para o risco de incêndio segue em linha com o definido a nível nacional e com o plano operacional municipal, e temos viaturas e bombeiros pré-posicionados em determinados pontos do concelho para poderem intervir de forma mais célere em caso de necessidade", disse à agência Lusa a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque.
Abrantes, no distrito de Santarém, tem uma área territorial de 714 quilómetros quadrados, 70% dos quais de área florestal e histórico de problemas com fogos, e é um dos municípios do país com maior risco de incêndio, situação que levou a autarquia a reforçar as ações de monitorização da floresta, a pré-posicionar bombeiros no terreno, e a envolver os serviços municipais de proteção civil no aumento da prontidão, face à onda de calor dos próximos dias, que pode ter "máximos históricos".
"As equipas de bombeiros e proteção civil estão pré-posicionadas em locais estratégicos, em locais definidos pelo Plano Operacional Municipal, distribuímos kits de primeira intervenção a agricultores, caçadores e juntas de freguesia, temos feito campanhas de sensibilização e de cuidados a ter pela população e cidadãos mais vulneráveis tendo em conta as altas temperaturas. Está tudo em alerta e em estado de prontidão" para as eventuais ocorrências que possam suceder, vincou a autarca.
O município de Abrantes, a par dos concelhos vizinhos, como Sardoal, Mação e Vila de Rei, zonas de grande risco de incêndio, contam desde quarta-feira, dia 01 de agosto, com o reforço de uma equipa de patrulhamento por parte do Exército, sob comando do Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), cuja sede operacional está instalada em Abrantes.
"Temos 58 patrulhas de vigilância e deteção a atuar em todo o país, num total de cerca de 200 militares, e, no caso concreto do distrito de Santarém, o Exército tem, sob comando operacional do RAME, quatro equipas em patrulhamento, estando duas delas na zona da Serra de Aire e Candeeiros, e, desde o dia 01 de agosto, uma outra na zona de Abrantes e outra na zona de Benavente", disse hoje à Lusa o Coronel César Reis.
Segundo especificou o comandante do RAME, a equipa que está diretamente envolvida no patrulhamento em Abrantes "vigia também as áreas de Tomar, Caxarias, Alviobeira, Vila de Rei, Cardigos, Mação, Mouriscas, Concavada, Bemposta, Bicas, Campo Militar de Santa Margarida, Constância Sul, Roda, e Asseiceira", ao passo que "a segunda equipa vigia Benavente, Biscainho, Fajarda, Coruche, São José Lamarosa, Paço dos Negros, Parreira, Chouto, Ulme, Vale de Cavalos, Vale da Lama da Atela, Casalinho, Fazendas de Almeirim, Raposa, Granho, Glória do Ribatejo, Marinhais e Foros de Salvaterra".
Nas últimas 24 horas, contabilizou o comandante do RAME, "o Exército teve no terreno 58 patrulhas de vigilância e deteção, empenhando 20 unidades militares, que representaram 297 horas de vigilância e 8.402 quilómetros percorridos por 178 militares, apoiados por 54 viaturas ligeiras + 3 Panhard M11".
O total nacional, contabilizando as operações realizadas desde o dia 5 de julho e até ao dia de hoje [2 de agosto] revelam que foram percorridos pelos militares cerca de 176 mil quilómetros em 1.262 missões de patrulhamento de norte a sul do país.
Face às previsões de brusco aumento de temperatura para esta semana, que pode chegar aos 45 graus, responsáveis da Proteção Civil, Direção-Geral da Saúde e Meteorologia deram uma conferência de imprensa a alertar para a situação.
As temperaturas vão estar acima dos valores médios, que podem ter impacto em termos de saúde pública e de propagação de incêndios.
Comentários