Os sete já tinham sido condenados no início da semana por agressão que causou dano corporal ao ativista do Partido Cívico Ken Tsang, mas foram inocentados de uma acusação mais grave, de danos corporais severos com intenção. No entanto, a pena só hoje foi conhecida.
As imagens de vídeo do ataque, captadas por um canal televisivo local, perto da sede do Governo, chocaram os residentes e prejudicaram a imagem da polícia.
No vídeo é possível ver um grupo de homens a arrastar Tsang, algemado, para um canto escuro num parque público, onde é agredido. Um homem estava por cima de Tsang infligindo-lhe golpes enquanto três outros o pontapeavam repetidamente.
O juiz David Dufton sublinhou a natureza violenta do ataque ao entregar a sentença no tribunal, acrescentando que a punição de agentes da polícia que violam a lei “tem de servir como exemplo”.
A pena máxima para este crime são três anos.
“A multiplicidade de ferimentos e danos à reputação de Hong Kong (…) fizeram com que este fosse um caso muito sério”, afirmou Dufton, lembrando que o incidente foi notícia em todo o mundo.
A polícia foi criticada pela mão pesada com que, por vezes, tratou os manifestantes nos protestos que duraram 79 dias e incluíram o bloqueio de ruas, levando à paralisação de partes da cidade.
Os manifestantes pediam eleições livres para o líder de Hong Kong.
O juiz afirmou que Tsang, agora com 41 anos, teve “sorte” de não ter ficado com ferimentos mais graves devido ao ataque.
O tribunal concluiu que um agente que pisou Tsang e lhe bateu com um bastão, casou feridas vermelhas e circulares.
Quatro agentes pontapearam-no, enquanto outros dois não participaram mas assistiram.
Um dos agentes que pontapeou Tsang foi também considerado culpado de agressão comum por o ter esbofeteado duas vezes após ter sido levado para a esquadra.
A defesa argumentou que os agentes estavam sob intensa pressão durante os protestos, que afetaram a moral das autoridades, com vários polícias feridos.
O advogado Lawrence Lok justificou o ataque com “fragilidade humana”.
Tsang foi também considerado culpado no ano passado por agressão e por resistir à polícia na mesma noite, quando atirou um líquido não especificado contra agentes. Recebeu uma pena de cinco semanas da qual prometeu recorrer.
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