Este é o retrato atual num dos mais movimentados aeroportos do mundo após um protesto que obrigou pelo segundo dia consecutivo a cancelar todos os voos, deixando milhares de passageiros em terra.
A calma que se vive às 01:00 de quarta-feira (18:00 em Lisboa) no aeroporto internacional de Hong Kong contrasta com os momentos de tensão vividos quando um contingente da polícia entrou pelas 22:45 locais (15:45 em Lisboa) no terminal 1.
A polícia antimotim posicionou-se no exterior, onde foi efetuada pelo menos uma detenção e um ferido entre as forças de segurança, que chegaram a usar gás pimenta sobre os manifestantes, constatou a agência Lusa no local.
Centenas de jovens rodearam os primeiros agentes no Terminal 1 e tentaram bloquear o acesso à zona onde se efetua o ‘check-in’, recorrendo aos carros de transporte de bagagem do aeroporto e a algumas grades, que limitam habitualmente os balcões das companhias aéreas.
À chegada das carrinhas que transportavam os polícias, os manifestantes dirigiram-se aos balcões de ‘check-in’ onde se encontram muitos passageiros retidos, aconselhando-os a deslocarem-se para alguns locais que consideravam serem mais seguros.
Cerca de 20 minutos depois da primeira entrada do contingente policial, as forças de segurança, aparentemente bloqueadas por centenas de manifestantes, abandonaram o terminal, para logo depois se posicionar no exterior a polícia antimotim, onde estacionaram também viaturas de emergência médica.
Esta tarde, e pelo segundo dia consecutivo, as autoridades aeroportuárias de Hong Kong cancelaram a saída de todos os voos devido a mais um dia de protesto, o quarto consecutivo, que ocupou os terminais do aeroporto internacional e aconselharam o público em geral a não se deslocar para o local.
Os protestos em Hong Kong duram há mais de dois meses, têm sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, com recentes dados a apontarem para um impacto económico na indústria de viagens na ex-colónia britânica.
O clima de contestação social em Hong Kong resulta da apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica.
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