Em Sendim, Miranda do Douro, no distrito de Bragança, Luís Montenegro reagia às declarações do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, de que a bancada socialista vai confirmar o diploma sobre a habitação vetado na segunda-feira pelo Presidente da República, perante “a urgência na resposta à crise da habitação”.
“Claro que eu sei que há urgência. Claro que sei que há 2.700 milhões de euros no PRR para serem executados. Mas isso não está dependente desta legislação. O Governo, para executar o PRR, não precisa de mudar lei nenhuma. Precisa é de trabalhar, executar, ir para o terreno. Em vez de estar a atrasar, a empalear o país, trabalhem”, declarou Montenegro aos jornalistas.
Segundo Luís Montenegro, trata-se de “uma estratégia a longo prazo” e é preciso “ter a certeza de que vai produzir resultados, ou pelo menos uma convicção profunda”.
“Sabe o que é que o país acha sobre a estratégia do Partido Socialista? Que o resultado (da nova lei da habitação) vai ser zero, ou menos. Abaixo de zero. Isto é, que o mercado, com o as intervenções como o arrendamento coercivo, como o ataque hostil ao alojamento local vão fazer com que haja menos investidores, menos confiança nos promotores e menos oferta na habitação. E menos habitação significa mais preço. E mais preço significa menos acesso”, disse.
Luís Montenegro referiu ainda não valer a pena virem “com as demagogias de que há uma perspetiva neoliberal e de defesa do mercado. (…)”.
“Deixam-se desta conversa da treta. Deixem-se destas coisas, destes papões do neoliberalismo do mercado. Os maiores amigos dos negócios privados em Portugal são os socialistas. Esta é que é verdade. Nós defendemos a complementaridade do público e do privado a pensar nas pessoas. E aquilo que estão a fazer na habitação, aquilo que estão a fazer, já disse e repito, é um crime. Porque não vai produzir efeito”, afirmou em declarações à imprensa.
O presidente do PSD disse ainda crer que “os portugueses cada vez mais têm elementos para ver que este período de duas legislaturas completas do PS de oito ano é um 'flop', é um atraso de vida”.
Naquele que é o terceiro e último dia da iniciativa “Sentir Portugal” no distrito de Bragança, o social-democrata disse ainda que o Governo precisa de ser “concretizador”.
Usando a analogia com o futebol, Montenegro afirmou que este Governo “remata sempre ao lado”.
“Muitas vezes marca golo na própria baliza. Nunca marca golo. O PRR é a tábua de salvação para os investimentos que o Estado não fez”, sublinhou.
O líder do PSD considerou ainda que o Estado não garante a coesão territorial e que é preciso uma “discriminação positiva-agressiva” para os territórios de baixa densidade.
“A parte fiscal é a trave mestra, do nosso ponto de vista, de atratividade para estes territórios”, afirmou aos jornalistas, na Cooperativa Agrícola Ribadouro.
Comentários