“Fiquei triste ao saber da trágica perda de vidas causada pelo terramoto que atingiu o Afeganistão”, lamentou António Guterres, num comunicado divulgado pelo gabinete do secretário-geral da ONU.
“Centenas de pessoas foram mortas e feridas, e esse número trágico pode continuar a aumentar”, disse o português.
Mais de mil pessoas morreram e 1.500 ficaram feridas, na quarta-feira de madrugada, no sismo de magnitude 5,9 na escala aberta de Richter.
O número de vítimas mortais pode ser mais elevado, uma vez que não foram ainda contabilizadas áreas mais remotas das províncias de Paktika e Khost, onde se situou o epicentro do terremoto.
Guterres garantiu que “está com o povo do Afeganistão, ainda a recuperar do impacto de anos de conflito, dificuldades económicas e fome”.
“Transmito as minhas mais profundas condolências às famílias das vítimas e desejo uma rápida recuperação aos feridos”, acrescentou.
O secretário-geral salientou que a ONU está “totalmente mobilizada” e que as equipas no Afeganistão estão no terreno a avaliar “necessidades e a fornecer apoio inicial”.
Diversos organismos, entre os quais a Organização Mundial da Saúde (OMS), começaram a enviar equipas de saúde móveis para as províncias de Paktika e Khost.
“Contamos com a comunidade internacional para ajudar a apoiar as centenas de famílias afetadas por este mais recente desastre. Agora é a hora da solidariedade”, acrescentou Guterres.
O coordenador humanitário da ONU no Afeganistão, Ramiz Alakbarov, sublinhou que a agência “está a analisar as necessidades e a responder às consequências do sismo”.
No primeiro boletim dedicado ao sismo de magnitude 5,9 na escala de Richter, o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU indicou que “tendo em conta as chuvas abundantes e o frio, incomuns nesta estação, os abrigos de emergência são uma prioridade imediata”.
A população precisa igualmente de cuidados de emergência, ajuda alimentar e não-alimentar, e assistência em matéria de serviços de água, higiene e saneamento.
Este sismo acontece depois da saída de muitas agências de ajuda internacional do Afeganistão, devido à retirada dos militares dos Estados Unidos e da NATO e à tomada de poder pelos talibãs, em 15 de agosto do ano passado
O desastre vai agravar o cenário de crise económica e alimentar que o país, com 38 milhões de habitantes, atravessa.
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