Numa declaração divulgada pela presidência polaca, os quatro países, que participam no Conselho Europeu extraordinário a decorrer em Bruxelas, instam por outro lado “atores estrangeiros a abster-se de ações que prejudiquem a independência e soberania da Bielorrússia”.
No texto, os chefes de Estado dos quatro países manifestam “profunda preocupação” com as eleições presidenciais de 09 de agosto, apontando que “o resultado não foi reconhecido pela sociedade bielorrussa”, cujas “justificadas aspirações” reconhecem.
“Com o objetivo de uma resolução pacífica e legítima da atual crise”, os quatro presidentes, que manifestam “profunda preocupação”, “apelam às autoridades da República da Bielorrússia para abrirem caminho a uma solução política e para respeitarem os direitos humanos e liberdades fundamentais, abstendo-se do uso de violência contra manifestantes pacíficos”.
A declaração expressa ainda apoio ao “direito do povo bielorrusso a eleições presidenciais livres, justas e democráticas” e saúda a realização do Conselho Europeu para “tomar todas as medidas necessárias”.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reuniram-se hoje em cimeira por videoconferência, reunião que prosseguia ao final da manhã, para discutir a resposta à crise que se vive na Bielorrússia na sequência das eleições presidenciais, cujos resultados rejeitam.
“A nossa mensagem é clara. A violência tem de parar e um diálogo pacífico e inclusivo tem de ser lançado. A liderança da Bielorrússia tem de refletir a vontade do povo”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no Twitter, minutos antes de se iniciar a cimeira.
A reunião de líderes dos 27 realiza-se depois de os chefes de diplomacia da UE terem decidido, na sexta-feira, desencadear novas sanções contra os responsáveis pela repressão violenta das manifestações que contestam a recondução de Alexander Lukashenko e pela “falsificação” do ato eleitoral.
Segundo fontes europeias, os recentes desenvolvimentos justificam que a situação seja discutida ao nível dos chefes de Estado e de Governo, que deverão “enviar uma importante mensagem de solidariedade ao povo da Bielorrússia”.
A crise na Bielorrússia foi desencadeada após as eleições de 9 de agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziu o presidente Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para um sexto mandato, com 80% dos votos.
A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.
Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com quase 7.000 pessoas detidas, dezenas de feridos e pelo menos três mortos.
A candidata da oposição à presidência, Svetlana Tikhanovskaya, refugiada na Lituânia, apelou hoje à UE para não reconhecer o resultado das eleições.
“Peço que não reconheçam estas eleições fraudulentas. Lukashenko perdeu toda a legitimidade aos olhos da nossa nação e do mundo”, disse Tikhanovskaya em inglês num vídeo publicado no YouTube.
Comentários