Em comunicado enviado hoje, o grupo, que formou ainda uma plataforma denominada "Salvar a Confiança", refere que o complexo da antiga saboaria, "expropriado em 2012, representa "o principal edifício industrial e de valor histórico do concelho" de Braga, lembrando que a cidade "integra o grupo de cidades criativas da UNESCO, ostentando o título de cidade criativa nas Media Arts" pelo que assumiu "o compromisso de valorizar as indústrias criativas e o acesso democrático à cultura".

Segundo aquele grupo "a Saboaria e Perfumaria Confiança é um dos últimos exemplares da arquitetura industrial do concelho" salientando que o processo de venda, aprovado em reunião do executivo de 19 de setembro pela maioria PSD/CDS-PP/PPM, "é pouco transparente, feito à pressa e sem diálogo com os cidadãos".

O grupo alerta que, "com esta decisão, a autarquia está a pôr em causa a ambição de ostentar o título de Capital Europeia da Cultura, a par da prevista candidatura a Capital da Cultura do Eixo Atlântico".

"A venda significa a total destruição do valioso património industrial ainda existente no concelho de Braga. (...) Além disso, a venda a privados não acautela qualquer salvaguarda do património industrial. Os promotores da queixa apelam à UNESCO que sensibilize a câmara para que suspenda o processo", lê-se.

A plataforma "Salvar a Confiança" defende ainda que a venda do equipamento "vai privar o concelho de um novo equipamento cultural que estava previsto" e que "a possibilidade de criar um novo polo cultural na zona urbana de S. Victor (32 mil habitantes) é um grande argumento para fortalecer a candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027".

Aqueles cidadãos informam ainda que vão enviar a mesma queixa agora dirigida à UNESCO ao Ministério da Cultura e ao Eixo Atlântico.

A alienação da Fábrica Confiança é um dos pontos da agenda da Assembleia Municipal de Braga marcada para quinta-feira, estando já marcada uma manifestação para o início da reunião para apelar que a alienação não seja aprovada.