Segundo Ana Paula Rodrigues, existem neste momento dois eventos que contribuem para a mortalidade ser maior do que a esperada para a época: a gripe por H3 e as temperaturas abaixo do que era prevista.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no mês de dezembro o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 5,55°C, correspondendo a uma anomalia de -0,50°C relativamente ao normal.
O Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) disponibiliza todas as quintas-feiras, aponta para uma taxa de incidência de síndroma gripal de 63,8 por 100 mil habitantes.
Trata-se, segundo este organismo, de “uma atividade gripal de intensidade moderada, com tendência estável”.
Ao nível da mortalidade, esta apresenta valores acima do esperado.
O Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) que a Direção Geral da Saúde (DGS) disponibiliza no seu site refere que o dia 02 de janeiro registou 573 óbitos, o maior número de mortes neste dia desde 2009.
Ainda assim, este registo engloba todas as causas e o “pico” não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, como a gripe ou o frio.
Ana Paula Rodrigues sublinhou a importância de cumprir as recomendações da DGS, nomeadamente a vacinação que “é a principal medida de prevenção contra a gripe e tem como objetivo proteger as pessoas mais vulneráveis, prevenindo a doença e as suas complicações”.
A DGS recomenda fortemente a vacinação a pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos 6 meses de idade), grávidas, profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados (ex.: lares de idosos).
É igualmente aconselhável a vacinação às pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos.
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