Durante as duas próximas semanas, até dia 27 de novembro, os docentes poderão fazer greve à primeira hora de trabalho como forma de protesto ao descongelamento da carreira docente previsto no Orçamento do Estado (OE).
“Penso que esta greve vai criar instabilidade às escolas, porque vamos ter alunos sem aulas, e não vai ser positivo para o sucesso (académico) dos alunos, mas será uma greve um pouco invisível, tal como já está a acontecer com a greve à componente não letiva”, defendeu o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima.
Na passada segunda-feira, os docentes iniciaram uma greve às atividades que consideram estar irregularmente inscritas na componente não letiva por implicarem um trabalho direto com os alunos, como é o caso de alguns apoios ao estudo ou projetos desenvolvidos com estudantes.
Essa greve, que termina a 15 de dezembro, tem como objetivo exigir ao Ministério da Educação que inclua na componente letiva todas as atividades desenvolvidas diretamente com alunos.
“Os professores têm aderido mais numas escolas do que em outras, mas penso que os pais nem se apercebem bem desta greve, porque os alunos ficam na escola”, explicou Filinto Lima, sublinhando, no entanto, que esta forma de luta pode ter um impacto negativo no sucesso académico dos alunos, que ficam sem aulas de apoio às disciplinas que apresentam mais dificuldades.
Para o presidente da ANDAEP, a greve e manifestação em frente ao parlamento na quarta-feira, quando o ministro Tiago Brandão Rodrigues vai à Assembleia da República debater o OE na especialidade, é que deverá ter um forte impacto.
“Os professores estão muito revoltados em relação à contagem de tempo de serviço e acredito que, na quarta-feira, haverá um mar de gente em Lisboa, muitas escolas fechadas e alunos sem aulas”, disse à Lusa.
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