Cerca de 170 clientes do hotel Ramada Atica Riviera, mais uma centena de habitantes locais, procuraram refúgio no estabelecimento e foram resgatados com o auxílio de embarcações que vieram de vila de Rafina, a sede do concelho, para ajudar nas operações de socorro.
"Eu estava no porto de Rafina a recebê-los. O incêndio foi muito rápido", contou Giorgos, responsável pela manutenção do hotel, que já está adiantado na limpeza do espaço exterior que já está pronto a abrir.
"Só precisamos de saber se vamos ter eletricidade, porque agora estamos a usar um gerador, e água para o serviço normal", acrescentou.
O hotel é um dos poucos edifícios sem marcas do incêndio que lavrou na segunda-feira nesta região costeira nos arredores de Atenas que provocou, pelo menos, 74 mortos e 187 feridos, vários dos quais em estado muito grave, segundo fontes oficiais.
Mais de 1.500 casas foram afetadas e mais de 300 viaturas completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde muitos habitantes da capital têm segunda casa e onde passam férias de verão.
Os feridos em pior estado foram assistidos nos hospitais mais próximos e os desalojados colocados em hotéis ou em casa de familiares ou amigos, disse à Lusa na terça-feira à noite presidente da autoridade municipal de Rafina-Pikermi, Valeis Bournous.
O bairro de Rafina estava esta manhã quase deserto, sendo visível o cenário de destruição de casas, carros e árvores queimadas, postes de eletricidade derrubados pelo fogo.
Um agente da polícia grega que não se identificou estacionou o carro para impedir a circulação de automóveis pela rua Leof Posidonus e afirmou à Lusa que vão ser iniciados os trabalhos de limpeza dos destroços e detritos das ruas.
Para a região foram mobilizados elementos da polícia, bombeiros e exército para ajudar nos esforços das autoridades gregas, que continuam à procura de eventuais vítimas do incêndio, em terra ou no mar.
O Governo de Alexis Tsipras decretou três dias de luto e pediu ajuda internacional na noite de segunda-feira, tendo já alguns países respondido com meios de apoio.
O executivo grego já desbloqueou uma verba de 20 milhões de euros, procedente do Programa de Investimento Público, destinada à ajuda imediata e a cobrir as necessidades das zonas mais afetadas.
O ministro da Administração Interna português, Eduardo Cabrita, anunciou na terça-feira que Portugal disponibilizou 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
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