Manuel Ricardo Cristopher Figuera, que até agora desempenhava as funções de sub-diretor da Direção-Geral de Inteligência Militar (DGCIM, serviços secretos militares), substitui o general-chefe do Exército e ex-ministro do Interior, Justiça e Paz, Gustavo González López.

A designação do novo titular do SEBIN está a ser questionada pela oposição, como o partido Primeiro Justiça (PJ) que acusa do general Cristopher Figuera de “como número dos da DGCIM ser responsável por abusos e torturas” a opositores.

“Manuel Ricardo Cristpoher Figuera representa mais tortura, mais violações dos direitos humanos e mais perseguição contra os que queremos uma mudança na Venezuela” escreveu o PJ na sua conta da rede social Twitter.

Manuel Ricardo Cristopher Figuera é licenciado em Ciências e Artes Militares pela Academia Militar de Venezuela. Desde Julho de 2017 dirigia o Centro Estratégico de Segurança e Proteção da Pátria, organismo encarregado de “unificar a informação sobre segurança, defesa, inteligência, ordem interna e relações exteriores e a possibilidade de classificar como reservada qualquer informação”.

Também era, desde 2017, sub-diretor da DGCIM e durante 12 anos foi ‘edecán’ (assistente) do falecido líder socialista Hugo Chávez, Presidente venezuelano entre 1999 e 2013.

A designação de Manuel Ricardo Cristopher Figuera teve lugar depois de várias organizações de defesa dos direitos humanos exigirem a demissão de Gustavo González López e da morte do autarca da oposição Fernando Albán, a 08 de outubro, que as autoridades dizem ter-se suicidado ao atirar-se do 10º andar da sede principal do SEBIN (em Plaza Venezuela, Caracas), mas que a oposição insiste que terá sido torturado e assassinado.

Gustavo González López é acusado ainda, pela oposição venezuelana, de deter o deputado opositor Juan Requesens (do partido Primeiro Justiça) e de não acatar ordens de libertação de vários detidos, emitidas por tribunais venezuelanos.

A ONG Programa Venezuelano de Educação – Ação em Direitos Humanos (PROVEA) acusou Gustavo González López de ter proibido os representantes da “Defensoria do Povo” (provedoria de justiça) de entrarem na sede do SEBIN.

Gustavo González López é um dos funcionários de Caracas sancionados pelos EUA e a Suíça.