De acordo com a agência de notícias Europa Press, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, afirmou que existe “uma vítima” e “um agressor” e estes não podem ser tratados da mesma maneira.
“A Ucrânia não precisa ser convencida de nada”, declarou Nikolenko na rede social Facebook.
O porta-voz também afirmou que a Ucrânia é a primeira interessada em acabar com a guerra e que, por observar “com interesse” os esforços do Presidente brasileiro pela paz, acredita que Lula da Silva poderia realizar uma visita à Ucrânia para ter contacto direto com a situação do país.
O convite surge após Lula da Silva ter feito declarações polémicas relativas à guerra na Ucrânia.
Lula da Silva declarou que a Península da Crimeia - território ucraniano que foi anexado ilegalmente pela Rússia em 2014 - provavelmente permaneceria de forma definitiva sob o domínio russo, sublinhando ainda que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “não poderia querer tudo”.
No regresso de uma visita à China no passado fim de semana, o chefe de Estado brasileiro também atribuiu aos Estados Unidos e à União Europeia (UE) a responsabilidade da escalada do conflito ao fornecerem armas à Ucrânia, o que gerou também críticas por parte de Kiev, dos norte-americanos e europeus.
Lula da Silva defendeu no sábado que os Estados Unidos devem parar de “encorajar a guerra” na Ucrânia e a União Europeia deve “começar a falar de paz”.
Desta forma, explicou aos jornalistas, a comunidade internacional poderá “convencer” o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que “a paz é do interesse de todo o mundo”.
Os Estados Unidos referiram na segunda-feira que o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa “sem ter em conta os factos”, depois do Presidente brasileiro ter acusado Washington e União Europeia (UE) de prolongar o conflito na Ucrânia.
“Neste caso específico, o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa, sem ter em conta os factos”, realçou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, órgão diretamente ligado ao Presidente norte-americano.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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