“Acompanhamos com grande preocupação os recentes desenvolvimentos no Iraque”, referiu uma mensagem publicada na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter.
“Apelamos à máxima contenção a fim de evitar o agravamento da situação, com sérias consequências para a paz, estabilidade e segurança regionais e globais”, indicou a breve nota da diplomacia portuguesa.
Qassem Soleimani, comandante da força de elite dos Guardiães da Revolução iranianos, Al-Qods, morreu hoje num ataque dos Estados Unidos com um ‘drone’ [aparelho aéreo não-tripulado], em Bagdad, juntamente com o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras seis pessoas.
O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu, entretanto, vingar a morte de Soleimani e o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano disse que a vingança ocorrerá “no lugar e na hora certos”.
Tanto para os seus apoiantes, como para os seus críticos, Qassem Soleimani, que desempenhou um papel importante no combate aos ‘jihadistas’, era encarado como o homem-chave da influência iraniana no Médio Oriente: reforçou o peso diplomático de Teerão, nomeadamente no Iraque e na Síria, dois países onde os Estados Unidos estão envolvidos militarmente.
O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a tensão tem vindo a subir de tom desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente, em meados de 2018, Washington do acordo internacional sobre o dossiê nuclear iraniano (firmado em 2015), e decidiu restaurar sanções devastadoras para a economia iraniana.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou hoje que “o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", numa referência ao ataque que matou o general iraniano, apelando “aos líderes para mostrarem o máximo de contenção” neste momento de tensão.
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