A posição portuguesa foi revelada hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, durante uma audição na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, em resposta a uma pergunta do deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares sobre a situação portugueses que trabalhavam para a empresa Saudi Oger e que têm salários em atraso há mais de ano e meio, num valor total de 5,7 milhões de euros.
"Eu convoquei o embaixador da Arábia Saudita ao Palácio das Necessidades para explicar que o tratamento concedido à situação dos trabalhadores portugueses que estão com salários em atraso na Arábia Saudita é uma questão muito importante no relacionamento bilateral. Estando ambos os Estados apostados na intensificação desse relacionamento, uma solução desta questão era muito importante, tão cedo quando possível", afirmou o ministro.
Santos Silva referiu que vários trabalhadores já abandonaram a Arábia Saudita, enquanto outros encontraram emprego noutras empresas naquele país, "com a ajuda ativa" do Governo saudita, sem que isso signifique que percam o direito aos créditos dos salários por pagar.
"Resta um núcleo de trabalhadores que estão em situação difícil, quer eles quer as famílias", acrescentou o ministro, reiterando que a Segurança Social portuguesa tem prestado apoio aos familiares destes emigrantes portugueses.
A Saudi Oger, uma das maiores empresas de construção sauditas, que chegou a empregar 24.000 pessoas, viu a sua situação financeira deteriorar-se depois de o governo saudita, ante a acentuada quebra nas receitas do petróleo, adotar um plano de redução da despesa que levou ao cancelamento de dezenas de obras públicas e ao adiamento de pagamentos às construtoras.
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