“Estamos a fazer o levantamento, [há] danos nas marinas, portos, pavilhões e infraestruturas desportivas, mas vai, com certeza, ultrapassar algumas centenas de milhares de euros. Não tenho dúvidas sobre isso”, afirmou Miguel Albuquerque, durante uma conferência de imprensa, no Funchal, de balanço das consequências do mau tempo que está a atingir a Madeira desde segunda-feira.

O presidente do Governo Regional recordou que desde 2010, e ao abrigo da Lei de Meios, o Governo Regional já investiu 600 milhões de euros nas estruturas de proteção e segurança da população.

“Já investimos 600 milhões de euros nas obras de proteção e reforço das infraestruturas. Agora, temos de ter sempre uma atitude proativa em termos de prevenção para enfrentar as consequências das alterações climáticas. Vamos continuar a investir na formação da Proteção Civil, na formação da população para situações de emergência e também no reforço das infraestruturas”, disse.

Apesar da melhoria das condições atmosféricas, Miguel Albuquerque aconselhou a população, tendo em conta as “rajadas bastante fortes”, a manter alguns cuidados, nomeadamente não se aproximar de árvores, não frequentar parques, “não fazer levadas” e não se aproximar do mar.

“Fizemos avisos em quatro línguas”, realçou.

O chefe do Governo Regional agradeceu o empenho de todas as forças de segurança, o acatamento pela população dos avisos emitidos pela Proteção Civil e salientou a importância que as novas tecnologias tiveram na monitorização das situações.

O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC), José Dias, revelou, por seu lado, que, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as condições atmosféricas adversas, “nomeadamente de precipitação e de vento, já estão ultrapassadas, mantendo-se ainda algum cuidado em termos de avisos de agitação marítima”.

José Dias revelou, ainda, que foram registadas 171 ocorrências (queda de árvores, derrocadas, estruturas de habitação) e danos em infraestruturas portuárias nos concelhos do Funchal, Calheta e Ponta do Sol.

Indicou ainda a possível perda de uma vida humana tragada pelo mar e o realojamento de 12 pessoas, sete no Funchal e cinco em Câmara de Lobos.

José Dias revelou, ainda, que no Pico do Areeiro foi registada uma rajada de 166 quilómetros hora, “a mais forte desde 2002″, seguida de uma outra no aeroporto da Madeira, de 164 quilómetros hora.

No que diz respeito à precipitação, o presidente do SRPC disse que os níveis ficaram aquém dos verificados a 20 de fevereiro de 2010, quando um temporal provocou 43 mortos e seis desaparecidos, além de 250 feridos e 600 desalojados.