"Ao final do dia de ontem, tínhamos 868.951 vacinas administradas, das quais 603.585 são de primeira dose e 265.366 de segunda dose", anunciou António Lacerda Sales.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde — acompanhado pela Diretora-geral da Saúde Graça Freitas, e o Vice-Almirante Gouveia e Melo — lembrou que o país se encontra neste momento "acima da média da União Europeia, com 8.45 doses administradas por 100 habitantes", sendo que a média da UE é de 7.35.
O governante confirmou ainda que, à data, "35% da população com 80 ou mais anos residente em Portugal continental já recebeu pelo menos mais uma dose de vacina contra a covid-19 e 9% já está imunizada com as duas doses de vacina". Quanto aos profissionais de saúde, a percentagem dos vacinados com a primeira dose sobe para 70%.
Lacerda Sales informou também que a decisão de adiar em sete dias a toma da segunda dose da vacina — que já tinha sido avançada pela imprensa —foi tomada pela Direção-geral da Saúde.
“Foi hoje atualizada a norma 21/2020 da DGS relativa à vacina da Pfizer, alargando de 21 para 28 dias o intervalo entre a toma da primeira e da segunda dose”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, dizendo que esta foi uma decisão tomada "com amplo consenso técnico da DGS e do Infarmed" e que vai "permitir a vacinação de mais 100 mil pessoas até ao final de março.”
Na fase das perguntas feitas pelos jornalistas, Lacerda Sales foi questionado quanto à possibilidade de Portugal adotar o passaporte de vacinação já estudado por outros países e pela própria União Europeia, sendo que o secretário de Estado não se quis comprometer, dizendo que é uma medida que “tem de ser muito bem estudada e ponderada”, por “razões jurídicas, de proteção de dados”, e também por “razões de equidade”.
“A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta segunda-feira que vai ser apresentada uma proposta para a criação de um passaporte digital de vacinação para todos os estados-membros da União Europeia ainda este mês. De qualquer forma, reitero que é uma situação que está em estudo a nível nacional e europeu”, notou.
Quanto ao anúncio hoje feito pela ministra da Saúde da compra de 38 milhões de vacinas — um número por si admitido ser "muito mais" do que o necessário, mas considerado para apoiar outros países —, Lacerda Sales referiu apenas que acompra se faz por "mecanismos europeus de aquisição central, onde já existia um conjunto de doses muito significativo e que serão reforçados no âmbito de outros mecanismos da União Europeia.”
Já numa questão direcionada à diretora-geral da Saúde quanto ao alargamento das patologias que podem entrar na lista de prioridades da toma da vacina, como a trissomia 21, Graça Freitas confirmou que pessoas com essa condição vão ser prioritárias e que a sua equipa se encontra aberta a "poder analisar outros grupos que vão sendo propostos".
"Questionados sobre se a trissomia 21 devia ou não ser incluída nos grupos prioritários, fomos fazer um estudo do impacto desta doença no internamento e na mortalidade, e tendo concluído que sim, que impacta, fizemos essa proposta à taskforce e ao gabinete do senhor Secretário de Estado e a proposta foi bem acolhida”, disse.
A diretora-geral da Saúde adiantou também que a população a vacinar acima dos 16 anos será de 3.500 pessoas, sendo que outras 6000 ainda não têm indicação para serem vacinadas face ao licenciamento das atuais vacinas apenas a partir de determinada idade: 16 anos para a vacina da Moderna e 18 anos para as vacinas da Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca.
Graça Freitas foi também questionada quanto ao facto das prisões terem deixado de ser considerados locais prioritários de testagem, sublinhando que "as prisões têm tido regularmente um programa de testagem" e que "o facto de não estarem na atual norma, não quer dizer que isso não esteja a ser feito".
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