"De facto, este Governo fez aprovar um programa que não existia, não existia o ano passado quando aconteceram tão dramáticos incêndios em Pedrógão e também na primeira quinzena de outubro, e que é o programa Porta de Entrada, que é exatamente um programa para apoiar aquela que é a reconstrução de habitações quando existem catástrofes, naturais, entre elas, naturalmente, os incêndios", afirmou João Matos Fernandes, à margem de uma reunião com a Comissão de Acompanhamento sobre Poluição do Tejo, que decorreu em Abrantes, no distrito de Santarém.
O incêndio na zona de Monchique começou na sexta-feira e está hoje a ser combatido por mais de 1.200 operacionais, tendo se estendido até aos concelhos de Silves e Portimão. Até ao momento, o fogo provocou 30 feridos, um deles em estado grave.
O governante, que fez questão de frisar que "este é o momento de combater o fogo e de encontrar as melhores soluções possíveis para aqueles que estão a ser diretamente afetados" pelo incêndio, assegurou que, "assim que o fogo estiver extinto", o ministério que tutela irá "começar a perceber, em conjunto com as autarquias de Monchique, e Silves também, eventualmente, aquilo que é o levantamento dessas mesmas casas ardidas e, através do programa ‘Porta de Entrada', proceder aos necessários e aos apoios justos para, em primeiro lugar, a procura de situações, eventualmente, provisórias, e, depois, à reconstrução e reabilitação das habitações".
Questionado sobre o centro do lince ibérico instalado em Silves, Matos Fernandes afirmou que o mesmo não foi afetado pelo incêndio de Monchique.
"O centro de criação dos linces em cativeiro está de facto muito próximo da zona onde o incêndio tem lavrado, houve uma intervenção muito grande de limpeza de aproximadamente 30 hectares do centro, e felizmente ainda não tivemos nenhum problema em concreto", afirmou o governante, dando conta, no entanto, que o programa de emergência está ativado.
"O programa de emergência está ativado, já temos a capacidade para retirar os linces se necessário for, estimamos que não venha a ser necessário", afirmou.
Em 2017, o ICNF desenvolveu ações de gestão de combustível na área envolvente aos cercados, edifícios e na área circundante, "de forma a diminuir o risco de incêndio e estabelecer faixas e mosaicos de proteção" do centro de reprodução do lince ibérico.
"Os meios afetos são considerados adequados em função do grau de risco e de acordo com o acompanhamento e monitorização do incêndio e a sua evolução", disse hoje à Lusa fonte oficial do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), responsável pelo centro de reprodução do lince ibérico de Silves, no Algarve, e pelo projeto de reintrodução da espécie na natureza, desenvolvido em parceria com Espanha.
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