Numa carta aberta, iniciada pela alemã Melanie Bergmann, do Instituto Alfred Wegener, e publicada na revista Science, os cientistas argumentam que mesmo utilizando a capacidade máxima para reciclar o plástico produzido, continuariam a ser libertados no meio ambiente 17 milhões de toneladas de plástico anualmente.
Citando investigação produzida em 2020, afirmam que anualmente são produzidos 450 milhões de toneladas de plástico, um total que "deverá duplicar até 2045".
A quantidade de aplicações dos plásticos faz com que a sua massa atual represente "mais do que a massa de todos os animais terrestres e marinhos juntos" e é "impossível garantir a segurança de todo o plástico e produtos químicos existentes" por causa do ritmo a que surgem e aparecem no ambiente, numa "forma de poluição irrecuperável e irreversível", alertam.
O ciclo de vida útil do plástico representa 4,5 por cento das emissões de gases com efeito de estufa e até 2050 poderá gastar mais de um décimo do "orçamento carbónico".
De acordo com investigação científica publicada em 2020 pela revista Science, se todas as soluções conhecidas forem adotadas agora, incluindo a substituição de plástico por outros materiais, reciclagem e gestão de resíduos melhoradas, as emissões provocadas pelo fabrico de plástico só desceriam 79% nos próximos 20 anos.
Os cientistas subscritores da carta aberta, baseados no Canadá, Alemanha, Índia, Noruega, Suécia, Turquia, Estados Unidos e Reino Unido sustentam que se deve acabar progressivamente com a produção de novo plástico.
A ONU adotou em março uma resolução que visa a assinatura do primeiro tratado internacional sobre poluição por plástico, mas ainda não se sabe se incluirá o fim da produção ou se falará sequer de químicos relacionados com plástico.
"A produção que cresce exponencialmente é a raiz do problema e as quantidades de plástico que já produzimos já ultrapassam os limites planetários", afirmou Bethanie Carney Almroth, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
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