Em várias entrevistas a órgãos japoneses, Marcos Jr., que participou este fim de semana em Tóquio numa cimeira entre os países do Sudeste Asiático e o Japão, afirmou que as Filipinas procuram uma “mudança de paradigma” na situação, uma vez que a China ignora continuamente os “métodos tradicionais de diplomacia”.
“Até agora, recorremos aos métodos tradicionais de diplomacia (…), mas há muitos anos que o fazemos, com muito poucos progressos”, sublinhou o Presidente filipino, descrevendo os esforços diplomáticos com Pequim como indo “na direção errada”, segundo um comunicado divulgado hoje pelo seu governo, com base nas entrevistas.
As reivindicações territoriais das Filipinas e da China sobrepõem-se no Atol de Scarborough (baixo Masinloc) e, em parte, nas ilhas Spratly, no Mar do Sul da China, que Manila designa por Mar das Filipinas Ocidental.
A tensão entre a guarda costeira filipina e os navios da marinha chinesa tem vindo a aumentar nos últimos meses, com vários incidentes de navios chineses a atacarem navios filipinos com canhões de água, segundo Manila.
As Filipinas reagiram à alegada agressão convocando o embaixador chinês no país para consultas e apresentando protestos diplomáticos junto do ministério dos Negócios Estrangeiros, sem progressos claros na resolução da situação.
“Temos de fazer algo que nunca fizemos antes. Temos de apresentar um novo conceito, um novo princípio, uma nova ideia para avançarmos (…), pelo que essa mudança de paradigma é algo que temos de formular”, sublinhou Marcos Jr., sem especificar a estratégia.
O Presidente filipino referiu que vai prosseguir as conversações com “os países que se sentem envolvidos nesta situação”, como os Estados Unidos e o Japão, com o objetivo de evitar “incidentes que possam conduzir a conflitos”.
“Temos de juntar todas estas ideias e mudar a direção para onde estes incidentes nos levaram. Temos de deixar de seguir esse caminho. Tomámos o caminho errado. Temos de nos desligar e encontrar um caminho mais pacífico”, afirmou.
Para além da China e das Filipinas, outros países como o Vietname, Malásia, Brunei e Taiwan também reivindicam territórios no Mar do Sul da China.
Trinta por cento do comércio mundial passa pelo Mar do Sul da China, que inclui os arquipélagos de Paracel e Spratly, no centro das reivindicações de soberania de vários países, e alberga 12% das zonas de pesca do mundo, bem como campos de petróleo e gás.
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