O seu triunfo nas legislativas é motivo de esperança para o movimento de defesa dos diretos das lésbicas, gays, bissexuais e transgénero (LGBT) num país com 80% de católicos e onde a Igreja ainda é muito influente.
Recorde-se que nas Filipinas o divórcio, o aborto e o casamento entre homossexuais são ilegais e nenhum homossexual assumido ocupa um cargo político importante.
Geraldine Roman, que durante as últimas semanas de campanha foi atacada devido à sua mudança de género, recusa-se a sentir-se intimidada. "A minha vida não tem estado em segredo", afirmou numa rara entrevista à AFP em Bataan, depois de ter sido eleita para a Câmara dos Representantes por esta província, de onde é proveniente. "Eu cresci aqui. As pessoas conhecem-me. O género só se torna um problema quando se tenta manter em segredo. Não há nada de mal. Eu nunca prejudiquei ninguém neste processo. Estou feliz, portanto por que razão deveria ter vergonha?", acrescentou.
"A política da intolerância, do ódio e da discriminação não foi mais forte. Venceu a política do amor, da tolerância e do respeito", declarou ainda.
A deputada afirmou estar ansiosa para começar a exercer o cargo e responder a todos os seus opositores. "Sinto-me muito, muito feliz. Estou animada para trabalhar. Sei que a tarefa é árdua por causa dos estereótipos associados ao LGBT", disse, garantindo que esses estereótipos "dizem que somos frívolos e que não temos nada de importante a dizer, e eu tenho que provar que estão errados".
Geraldine Roman, que concluiu a mudança de sexo na década de 1990, é membro do Partido Liberal do presidente Benigno Aquino e vem de uma família de grande peso político no país. Segundo declarações da deputada, a sua prioridade será defender os interesses dos seus eleitores e aplicar um programa social. Mas também pretende apoiar um projeto de lei contra as discriminações.
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