Em comunicado, a Fenprof destaca que existem ainda 45.000 trabalhadores docentes e não docentes (número dado pela 'task force' para a vacinação e que não inclui trabalhadores do ensino superior) de vários agrupamentos e escolas de norte a sul do país ainda por vacinar.
“Há situações verdadeiramente estranhas, como por exemplo, no AE [Agrupamento Escolar] do Restelo, em Lisboa, em que nenhum professor do 1.º Ciclo foi vacinado. Há, também, por todo o país, muitos casos de docentes de Educação Especial ainda não vacinados, o que é tanto mais grave quando se constata que boa parte deles nunca deixaram de exercer atividade em regime presencial, alguns, como acontece com os que se encontram na Intervenção Precoce, a deslocarem-se aos domicílios para trabalhar com as crianças e as famílias”, realça a Fenprof.
Por isso, a Federação defende que este problema seja resolvido com a máxima urgência, ou integrando os docentes nos próximos dias de vacinação ou, dado o elevado número ainda em falta, prever-se um novo fim de semana de vacinação para estas 45.000 pessoas.
A Fenprof lembra que chegou a estar previsto um terceiro fim de semana para vacinação dos trabalhadores das escolas, mas acabou por ser anulado.
Quanto aos motivos de tantos trabalhadores da Educação e do Ensino não terem sido chamados, a Fenprof diz que são desconhecidos.
“Mesmo quem tentou perceber a razão de ter sido excluído/a não obteve resposta, pois as autoridades que, eventualmente, poderiam esclarecer não encontraram justificação, fossem as da Educação ou as da Saúde. Face à situação, há docentes e trabalhadores não docentes com doenças de risco que se têm mantido a trabalhar, mas agora admitem resguardar-se, pois em muitas escolas onde há casos de covid-19 e turmas em isolamento ou quarentena, os docentes e não docentes continuam em regime presencial”, salientou a Fenprof.
No que diz respeito ao ensino superior, a Fenprof reiterou a posição já antes tomada no sentido de estes trabalhadores, docentes e não docentes, serem integrados no processo de vacinação, juntamente com os colegas de outros níveis e graus de ensino.
“A única justificação que, até hoje, se ouviu chegou do ministro Manuel Heitor, que afirmou não haver necessidade, pois as turmas daquele nível de ensino tinham menos alunos do que as do secundário, o que, na maior parte dos casos, não é verdade”, indicou a Fenprof.
O primeiro exercício de vacinação do pessoal das escolas decorreu no fim de semana de 27 e 28 de março, em que foram vacinados mais de 60 mil professores e não docentes do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino público e privado.
No fim de semana de 17 e 18 de abril foi a vez dos trabalhadores das escolas do 2.º ciclo ao ensino secundário, incluindo também alguns profissionais do pré-escolar e 1.º ciclo que não tinham sido chamados para as primeiras datas. Nesses dois dias, foram administradas 183 mil vacinas.
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