"Quando nos é pedida a capacidade [prontidão] temos de ter uma resposta oportuna e em tempo para chegar à zona de intervenção [catástrofe]. Mas, como as estruturas modulares [do Exército] estão dispersas de norte a sul do país, torna-se complexo e foi essa gestão a mais difícil", explicou o coronel Mário Álvares.
Este responsável do Exército fez um balanço operacional da segunda edição do exercício militar "Fénix 2019" que está a decorrer em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, desde segunda-feira e que termina na quarta-feira.
Este exercício tem como objetivo testar a capacidade do Exército português no âmbito do Apoio Militar de Emergência e envolveu cerca de 300 militares do Exército e mais uma centena de operacionais dos diversos agentes de Proteção Civil.
"Estou muito satisfeito. Conseguimos dar uma resposta oportuna e em tempo. Mas, talvez o aspeto mais positivo [do exercício] foi ver estruturas modulares do Exército e de outras agentes de Proteção Civil a desenvolver um trabalho colaborativo e um esforço coletivo na resposta de emergência", afirmou.
O comandante do Regimento de Apoio Militar de Emergência e da Unidade de Apoio Militar de Emergência do Exército, que está sediada em Abrantes, distrito de Santarém, realçou que este é o caminho a seguir, o trabalho em conjunto com os diversos agentes envolvidos em situações de socorro e emergência.
"Foi isso que mostrámos aqui, da parte do Exército e da parte da parte dos diferentes agentes da Proteção Civil que se juntaram a nós neste exercício", considerou Mário Álvares.
Durante o exercício "Fénix 19", foram colocadas à prova as capacidades de unidades militares do Exército estacionadas desde a Póvoa de Varzim até Lisboa, nas áreas de apoio sanitário, serviços, engenharia militar, operações de rescaldo, vigilância, busca e salvamento, estas últimas a cargo das Operações Especiais de Lamego.
Foi ainda testado o Plano de Emergência de Proteção Civil de Castelo Branco a partir do colapso fictício da barragem marechal Carmona, em Idanha-a-Nova, sendo que, numa primeira fase, quem tomou a responsabilidade da situação foi a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, entidade que pediu o emprego de capacidade do Exército no apoio de emergência.
Mário Álvares mostrou-se satisfeito com os resultados operacionais, sobretudo, no cenário mais complexo, a rutura da barragem.
"Numa situação real, a resposta seria pronta e eficaz, julgo que sim. Não temos razões para desconfiar disso. Claro que quando estamos perante uma situação real há outras conjunturas e outros fatores que não conseguimos controlar", reconheceu.
Mário Álvares salientou ainda que o treino serve testar o limite daquilo que pode ser a emergência e tentar encontrar uma resposta.
"Foi muito importante para nós testar essa capacidade", declarou o coronel.
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