“Nós temos que dizer a Bruxelas: desculpem, alguma coisa está errada, estamos aqui na União Europeia há mais de 30 anos, já transferiram para cá o dinheiro que transferiram e então continuamos a três quartos da média do vosso nível de vida? Mas, por alma de quem?”, afirmou Pedro Santana Lopes.
E continuou: “Vamo-nos juntar à mesa, vamos trabalhar e vamos ver como fazemos isto, agora os senhores têm que apoiar um programa específico para o crescimento da economia portuguesa acima da média europeia, têm que o fazer”.
O líder da Aliança lembrou que o país já entrou na União Europeia há mais de 30 anos e já recebeu “cerca de 130.000 milhões de euros” e, ainda assim, “passados estes anos todos” Portugal “continua a cerca de três quartos da média do nível de vida dos cidadãos europeus, ou seja, abaixo da média, mais de 30 anos depois”.
No dia em que andou em campanha no distrito de Viseu e acabou a inaugurar a sede do Aliança no centro da cidade, “num sítio simbólico”, uma vez que o edifício servia de “costas” ao palco dos comícios dos líderes sociais-democratas.
“[Tem uma] carga simbólica forte e inaugurada no dia em que o partido faz seis meses”, enalteceu Santana Lopes que lembrou que as três sedes já inauguradas – Lisboa, Porto e Vila Real – “estão todas bem situadas” e, “nesse aspeto, parece um partido rico, até”, acrescentou.
Com um orçamento de 350 mil euros para campanha das europeias, marcadas para 26 de maio, Pedro Santana Lopes explicou que a Aliança “não é um partido rico e do Estado recebe zero” e, por isso, o dinheiro investido para a eleição do cabeça de lista será pago pelos militantes caso não seja eleito nenhum representante.
“Não prevemos donativos, nessa verba contamos com a eleição de um ou dois representantes e não temos outra origem, o que está lá escrito é 350 mil euros de subvenção do Estado, não temos nada de donativos”, explicou à agência Lusa.
Caso não seja eleito nenhum representante, Santana Lopes esclareceu que terá de ser o partido a pagar.
“O partido tem vivido com o dinheiro que nós damos, garanto. Os ‘outdoors’ são caros, é o maior gasto que temos, agora as sedes são financiadas fundamentalmente pelas estruturas locais, não temos nenhum donativo escondido com um grande financiador, não”, reforçou.
“Se não tivermos nenhum representante nas europeias, vamos ter se Deus quiser, isso ia-nos obrigar a uma cotização muito grande entre os vários militantes, já são muitos, já são milhares, graças a Deus, é a maneira que temos para trabalhar, mas também não vamos gastar aquela verba que não fui eu que a calculei”, disse.
Antes de inaugurar a sede em Viseu, seguida de um jantar, Pedro Santana Lopes andou durante o dia com o candidato às eleições europeias, Paulo Sande, no distrito a fazer campanha e visitou cidades como Mangualde e Lamego.
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