“O PS não é um partido fiável, namora com qualquer um, mas só casa por interesse, porque por amor só mesmo o poder”, acusou Rui Rio, no comício final da campanha, ao ar livre na Praça da Batalha, no Porto, no final de uma descida da Rua de Santa Catarina.
O líder social-democrata voltou a desvalorizar os ataques na reta final da campanha do PS aos parceiros que suportam o seu Governo, considerando que os socialistas apenas querem “apagar essa ponte à extrema-esquerda” para conquistar os votos dos moderados no domingo.
Apesar de a praça não ter enchido completamente, Rio saudou a mobilização conseguida “durante a semana, ao final da tarde e numas eleições europeias”.
“Tenho a certeza que esta é a melhor sondagem que podemos ter para o próximo domingo”, afirmou, dizendo estar confiante que o PSD “vai ganhar as eleições europeias”.
O líder social-democrata voltou a criticar o que chamou de degradação dos serviços públicos e atribuiu-a, em parte, às nomeações de familiares para o Governo e para o Estado.
“Quando usamos a administração pública para colocar a família e os amigos socialistas não podemos estar à espera que funcionem como se lá houvesse gente competente”, criticou.
O presidente do PSD disse “ser um gosto terminar a campanha no Porto”, de onde é natural, tal como o cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel.
“E, acima de tudo, porque o Porto é a terra de Francisco Sá Carneiro e sem ele não haveria PSD”, afirmou.
O comício na Praça da Batalha realizou-se após uma descida da Rua de Santa Catarina em 35 minutos, acompanhada por algumas centenas de pessoas.
Apesar de mais participada do que a da véspera, no Chiado (em Lisboa), a comitiva social-democrata voltou a percorrer os 600 metros que separavam o início e o fim do percurso em passo acelerado, apesar de pedidos da organização para abrandar o ritmo.
A arruada arrancou 25 minutos depois da hora prevista, mas chegou à Praça da Batalha antes das 19:00, hora marcada para o início do comício.
Antes de começar o percurso, Rui Rio tentou distribuir alguns panfletos do PSD aos jornalistas, dizendo que “alguns precisam”.
Questionado se tem queixas da comunicação social, Rio perguntou pelo “espírito de humor” dos jornalistas.
O líder do PSD voltou nesta arruada, tal como na quinta-feira em Lisboa, a tomar a dianteira e a separar-se do cabeça de lista, Paulo Rangel, que ia acenando para as laterais e para algumas pessoas à janela, e cumprimentando conhecidos com quem se cruzou.
Rio foi pedindo reforço de panfletos, com um resumo do manifesto do partido ao Parlamento Europeu, mas recusou as esferográficas, que são sempre muito requisitadas nas ações de rua.
Pelo caminho, ainda recebeu um pedido de uma portuense para que interceda junto do presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, por um deficiente sem casa.
Foram poucas as pessoas que conseguiram ‘furar’ a bolha formada por seguranças e jornalistas, mas algumas ainda conseguiram desejar boa sorte a Rangel ou lembrar os tempos de Rio na Câmara do Porto.
A uma distância segura do cordão formado pelos seguranças à volta de Rui Rio e dos candidatos, o líder parlamentar social-democrata, Fernando Negrão, comentou, rindo: “Estão a pôr o presidente do partido numa bolha”.
Nem todos aceitaram a propaganda eleitoral do PSD e, apesar de no Porto ter encontrado bastante mais portugueses do que no Chiado, Rui Rio ainda teve oportunidade de praticar o alemão – língua em que é fluente por ter estudado na escola alemã – com alguns turistas numa esplanada.
Antes de chegar à Praça da Batalha, Rio, Rangel e alguns dos candidatos ao Parlamento Europeu subiram a um primeiro andar para acenarem da varanda e gritaram “PSD, PSD, PSD”.
Com grupos de bombos à frente e atrás e a Juventude Social-Democrata a entoar os habituais cânticos, a arruada do PSD arrancou pouco depois de o Bloco de Esquerda ter terminado idêntica iniciativa na mesma rua.
Depois dos últimos discursos, Rio e Rangel irão percorrer hoje à noite as ruas do Porto numa caravana automóvel, à moda antiga, buzinando num derradeiro apelo ao voto, que terminará minutos antes da meia-noite na Rotunda da Boavista, ao som do hino nacional.
(Notícia atualizada às 21h07)
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