No final de um almoço, contacto com os trabalhadores e visita à empresa HUF, em Tondela, distrito de Viseu - a primeira ação de campanha do penúltimo dia - Marisa Matias foi confrontada com as declarações do secretário-geral do PS que, na quarta-feira à noite, afirmou que PCP e o BE afastaram-se do voto de protesto em Portugal, mas não o fizeram na Europa.
"Confesso que não percebi muito bem as palavras de António Costa porque a verdade é que quando nós estamos a fazer propostas e trabalho para combater os medicamentos falsificados ou para a criação de um estatuto de cuidador informal em todos os países da Europa ou a trabalhar em comissões contra a fraude, a evasão fiscal, eu não vejo aí outra coisa que não seja proposta concreta, trabalho concreto, que responde aos problemas concretos das pessoas e trabalho de enorme responsabilidade e feito com muita responsabilidade", começou por responder.
Apesar da insistência dos jornalistas para que a cabeça de lista do BE às eleições europeias fosse mais longe na resposta, o guião nunca se alterou e Marisa Matias manteve a recusa de entrar na troca de acusações.
"Fizemo-lo sempre, construímos maiorias políticas para melhorar a vida das pessoas, trabalhámos com pessoas de vários partidos, sempre, socialistas, de Portugal, de outros países da Europa. Raramente contámos com a direita liberal para fazer esses acordos, mas nós obviamente fazemos esse trabalho de um ponto de vista responsável", insistiu.
Também em relação ao desafio do opositor Pedro Marques para que bloquistas e comunistas clarificassem a posição sobre a saída da zona Euro, a postura foi a mesma.
"Nós não acordámos hoje para discutir questões europeias nesta campanha. Discutimos ao longo de toda a campanha, portanto seguramente, pela parte do Bloco, as pessoas estão mais do que clarificadas em relação às nossas posições. Não mudamos a nossa posição sobre a saída do euro", disse apenas.
As duras críticas do CDS-PP ao BE também ficaram sem resposta.
"Essa é a campanha dele [Nuno Melo]. A minha campanha é tentar fazer com as pessoas participem nas eleições europeias, não é afastá-las", disse apenas.
Para Marisa Matias, "haverá o dia em que conseguiremos fazer política a discutir mesma política".
"Em que haja o confronto das ideias, se procure integrar as pessoas na participação dessas discussões e a dar as suas opiniões, a fazer os seus comentários e as críticas e que se possa fazer uma campanha séria e em que política seja mesmo o centro", defendeu, concordando que ainda não foi desta.
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