Jerónimo de Sousa discursava no final de um rápido desfile de campanha no Porto, que de "arruada" nada teve, sem cumprimentos a transeuntes ou a comerciantes, e mais pareceu um "arrastão", com centenas de apoiantes e candidatos a percorrerem em menos de 20 minutos o trajeto desde a praça da Liberdade, subindo aceleradamente a rua 31 de janeiro, até à rua de Santa Catarina.
Enquanto isso, o PS fazia tempo, na vizinha praça da Batalha, para as caravanas socialista e da CDU não se cruzarem na mesma artéria comercial e pedonal do Porto.
"Ficamos surpreendidos por ouvir o atual primeiro-ministro, secretário-geral do PS, dizer que a CDU é uma força de protesto lá na União Europeia. Que aqui [em Portugal] não é bem assim, tendo de reconhecer o papel, intervenção, proposta e avanços alcançados com o empenhamento do PCP, mesmo quando o PS não queria", afirmou.
O líder do PCP disse que António Costa "teve de reconhecer" as medidas positivas conseguidas em conjunto graças aos acordos entre PS, BE, PCP e PEV na atual legislatura, como os aumentos de reformas e pensões, os manuais escolares gratuitos ou fim do pagamento especial por conta dos pequenos e médios empresários, que "hoje estão em vigor e muitos já consideravam perdidos".
"Teve de reconhecer isso, mas acha que na Europa os comunistas continuam a ser uma voz de protesto. Tenho de reconhecer, sim, protestámos muitas vezes quando outros calaram, incluindo o PS, aceitando os ditames, as imposições, os constrangimentos da própria União Europeia", disse.
António Costa afirmou, na quarta-feira, que PCP e BE afastaram-se do voto de protesto em Portugal, mas não o fizeram na Europa, considerando este tipo de posicionamento inútil para a resolução de problemas.
O líder socialista disse julgar que "os partidos que há três anos e meio construíram" a atual "solução governativa já tinham percebido que mais vale estarem comprometidos com uma solução de Governo do que se manterem arredados numa mera posição de protesto" e que, "infelizmente, aprenderam em Portugal, mas ainda não aprenderam na Europa".
Jerónimo de Sousa recordou ainda declarações de António Costa nas quais considerou que o euro era um "bónus dado à Alemanha" e desafiou o líder socialista, garantindo que "pode contar com o PCP" para "acabar com isso" em vez da "abdicação e da política do ‘come e cala’".
Antes do líder comunista, o eurodeputado comunista João Ferreira interveio para dizer que "está nas mãos de cada português decidir para contribuir com o seu voto para eleger candidatos que, quando foram governantes, cortaram nos salários e nas pensões, congelaram pensões, cortaram apoios sociais, como Pedro Marques [cabeça-de-lista do PS], governante em 2011, ou Mota Soares, [antigo] ministro do CDS [e candidato europeu], ou dar força e contribuir para eleger deputados como a Diana Ferreira”, que “se bateu valorosamente nas discussões do Orçamento do Estado para garantir aumentos nas pensões".
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