Em 2019, Portugal viu os números da participação eleitoral caírem para mínimos históricos. Foram votar apenas 30,75% dos mais de 10,7 milhões de eleitores inscritos.

Foi um registo que confirmou a tendência decrescente da adesão dos eleitores portugueses às eleições para o Parlamento Europeu, visto que em 2014 já tinha sido batido um novo recorde de abstenção, com 66,33% dos eleitores a falharem a chamada às urnas.

Com uma abstenção de 69,25% em 2019, Portugal contrariou a tendência europeia de maior adesão à eleição dos eurodeputados e teve o terceiro pior registo da União Europeia ao nível de participação, ficando apenas à frente da Eslováquia e da Croácia.

Apesar da baixa adesão em 2019, o número de eleitores nessa eleição, em termos absolutos, subiu em cerca de 30 mil quando comparado com a ida às urnas de 2014.

Adesão à UE motivou ida às urnas

Os melhores resultados portugueses a nível de participação em eleições europeias remontam ainda ao século XX, pouco depois da adesão de Portugal à Comunidade Europeia.

Nas europeias de 1987, um ano depois da entrada portuguesa na então Comunidade Económica Europeia, 72,42% dos eleitores foram às urnas para escolher os representantes de Portugal no Parlamento Europeu, situando a abstenção nos 27,8%.

Este foi um nível de abstenção que Portugal não voltou a registar. Dois anos depois, em 1989, a abstenção disparou para 48,9% e não voltou a baixar.

Em 1994, Portugal atingiu os 64% de abstenção, o pior resultado do século passado, e não voltou a conseguir baixar da barreira dos 60% em todos os momentos eleitorais posteriores.

Em 1999, a abstenção em europeias baixou para os 60,07%, e manteve-se relativamente estável até 2009.

Em 2004, foram às urnas 36,7% dos eleitores (abstenção de 61,4%) e cinco anos depois, em 2009, a abstenção subiu para os 63,3%.

*Artigo corrigido às 19h16: alteração no título.