A Companhia Petroquímica do Golfo Pérsico e as suas afiliadas são acusadas de apoiarem financeiramente as atividades da Guarda Revolucionária, uma divisão especial das Forças Armadas iranianas, através de negócios que atingem vários milhares de milhões de euros.
A empresa e as suas afiliadas são responsáveis, segundo os Estados Unidos, por 40% da capacidade de produção petroquímica do Irão e por 50% das exportações deste país.
De acordo com o Departamento do Tesouro norte-americano, a Companhia Petroquímica favorece a Guarda Revolucionária, que em abril foi classificada pelo Governo dos EUA como uma “organização terrorista”.
Esta classificação permite que os EUA possam impor sanções a todas as empresas ou pessoas que forneçam suporte material à empresa. Assim, a decisão abrange, além da petrolífera, 39 afiliadas e agentes seus no estrangeiro.
"Pretendemos negar o financiamento a elementos-chave do setor petroquímico do Irão que fornecem apoio à Guarda Revolucionária", explicou hoje o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, num comunicado.
"Esta ação é um aviso de que continuaremos a usar como alvos grupos de detenção e empresas do setor petroquímico que fornecem financiamento à Guarda Revolucionária", diz o comunicado.
As sanções hoje anunciadas fazem parte da campanha de "pressão máxima" do Governo norte-americano contra o Irão, que congelam quaisquer ativos que as empresas-alvo possam ter nas jurisdições norte-americanas.
Esse esforço de restrições ganhou fôlego nas últimas semanas, com a imposição de sanções com o objetivo de reduzir a zero a importante receita de exportação de petróleo do Irão, e após a decisão do presidente Donald Trump de retirar os EUA do acordo nuclear de 2015.
"A pressão máxima sobre o regime iraniano continua", disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, acrescentando que os EUA continuarão a agir para "negar ao regime o dinheiro necessário para desestabilizar o Oriente Médio".
Enquanto isso, o Irão, numa carta enviada às Nações Unidas e hoje tornada pública, denunciou que as sanções dos EUA violam não apenas o acordo nuclear, mas também a resolução do Conselho de Segurança da ONU que o consagrou.
"As sanções nucleares unilaterais dos EUA, (…) desafiam a resolução 2231 do Conselho de Segurança e o Plano de Ação Integral Conjunto", escreveu o embaixador do Irão na ONU, Majid Takht Ravanchi, na carta, datada de 23 de maio.
"Os Estados Unidos devem assumir total responsabilidade pelas consequências desses atos ilícitos", conclui o embaixador Ravanchi.
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