Segundo o ‘Education at a Glance 2017’, o relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que analisa o estado da educação nos países parceiros do organismo, a conclusão do ensino secundário em Portugal “permanece um desafio significativo”, onde metade dos alunos não consegue concluir este nível de ensino dentro do período da sua duração: três anos.
A média nos países da OCDE que disponibilizam informação sobre este tema é de 68% de conclusão.
A taxa de conclusão em Portugal sobe para os 61% se se considerar um período de cinco anos, ou seja, duas retenções, ainda assim significativamente abaixo da média da OCDE de 75% para um período igual.
“De todos os países com dados disponíveis, Portugal tem a maior percentagem de alunos que abandonam o sistema de ensino sem concluírem o 12.º ano em cinco anos: 35%, que comparam com uma média de 21% na OCDE.
O relatório da OCDE destaca a aposta de Portugal no ensino profissional, que em 2015 abarcava 45% dos alunos do ensino secundário, como forma de aumentar o número de graduados no ensino secundário ao mesmo tempo que promove uma ligação mais direta ao mercado de trabalho.
“Ao contrário de muitos países com dados disponíveis, o ensino profissional em Portugal é mais bem-sucedido em manter [na escola] até à graduação do que o ensino científico-humanístico. Enquanto apenas 59% dos alunos no ensino científico-humanístico concluem o ensino secundário em cinco anos, a taxa é de 64% no ensino profissional”, refere o relatório.
A taxa de não conclusão do ensino secundário na faixa etária entre os 25 e os 34 anos é de 31%, “quase o dobro da média da OCDE e uma das mais altas entre os países da OCDE”.
Na faixa etária entre os 25 e os 64 anos a taxa passa a 53%, o que representa para a OCDE “uma melhoria significativa” para as gerações mais jovens.
“Se os atuais padrões se mantiverem, quase 90% da população mais jovem em Portugal deverá concluir o ensino secundário ao longo da vida”, lê-se no documento.
Em Portugal ainda há 30% de população adulta que tem apenas o ensino primário.
O relatório aponta ainda o crescimento da frequência no ensino pré-escolar na última década, que a partir dos três anos está já em percentagens acima da média da OCDE, o que leva a organização a considerar que Portugal está a dar “passos na direção certa rumo ao objetivo de universalizar até 2020 a educação pré-escolar para as crianças entre os três e os cinco anos”.
A OCDE refere que ainda que o investimento público neste nível de ensino seja igual à média dos países da organização – 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) – é preciso ter em conta que a educação pré-escolar em Portugal abarca três anos, enquanto outros países têm programas de apenas um ano.
A despesa anual por aluno no pré-escolar é de cerca de 5.270 euros, abaixo da média da OCDE de 7.278 euros.
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