O relatório da Câmara de Comércio da União Europeia na China é o pronunciamento mais recente da comunidade empresarial estrangeira sobre o impacto negativo das severas restrições de Pequim, que estão a isolar o país no cenário internacional.
A China é a última grande economia que mantém a estratégia de erradicar os surtos do vírus com uma combinação de confinamentos, testes em larga escala e quarentenas prolongadas.
Apesar de provocar encerramentos de negócios e prejudicar a cadeia mundial de abastecimento, o presidente chinês Xi Jinping declarou que a abordagem chinesa é o caminho "mais económico e efetivo", e não há indícios de flexibilidade.
A câmara europeia, que reúne mais de 1.800 empresas europeias na China, afirma num documento que a estratégia 'covid zero' e a sua "grande incerteza" provocaram um "impacto negativo" sobre 75% das operações dos seus membros.
"O ambiente empresarial na China continuará a ser imprevisível enquanto persistir a ameaça de confinamentos", alertou a entidade, que classifica a política anti-covid como "inflexível e aplicada de forma inconsistente".
O texto afirma que a situação levou 25% das empresas do grupo a considerar a transferência dos investimentos atuais ou previstos para fora da China, o maior nível da última década.
Apesar do grande potencial de crescimento da China, "o compromisso das empresas europeias (de permanecer na China) não pode mais ser dado como certo", segundo o relatório.
China reduziu em junho a quarentena obrigatória para viajantes procedentes do exterior de 21 para 10 dias, mas a falta de voos e os custos elevados das passagens representam grandes obstáculos.
O encerramento quase total das fronteiras desde 2020 acelerou o êxodo dos europeus. E os que permanecem estão mais isolados do que antes, segundo o documento.
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