“O que estava planeado foi tudo concretizado, muitas das operações já foram realizadas depois da hora”, disse Paulo Silva, sobre a operação “Cartão Vermelho”, que envolve o presidente do Benfica, detido na quarta-feira numa investigação sobre suspeitas de burla, fraude fiscal, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais.
À entrada do tribunal criminal de Lisboa, onde o banqueiro Ricardo Salgado está a ser julgado, Paulo Silva, que foi coordenador dessa investigação, explicou que as buscas previstas na operação Cartão Vermelho “estão todas realizadas”, admitindo sentir-se “bastante satisfeito” com o trabalho realizado.
“Nas diligências de ontem [quarta-feira] da operação ´Cartão Vermelho´ foram realizadas 44 buscas concretizadas pelos elementos das Autoridade Tributária, Direção de Finanças de Braga, Porto, Aveiro e Lisboa, e da Unidade dos Grandes Contribuintes”, explicou aos jornalistas.
Segundo Paulo Silva, “o que estava planeado foi tudo concretizado”, sendo que muitas das operações aconteceram já “depois da hora”: “O nosso trabalho foi feito ontem [quarta-feira], já muito dele depois da hora, algumas acabaram depois das duas da manhã. Ainda estamos a preparar as coisas para entregar ao Ministério Público”.
Neste momento, o que preocupa o inspetor é o estado de saúde dos dois agentes da PSP envolvidos nas buscas que, na noite de quarta-feira, após as diligências, sofreram um acidente de carro.
Já no fim das buscas, “alegadamente uma viatura estava a circular sem luzes, a alta velocidade, e barrou um dos nossos carros. Essa situação é que me preocupa. E espero que os agentes que estejam bem”, revelou aos jornalistas, explicando que os agentes foram transferidos para um Hospital em Braga.
Ainda antes de entrar para a sessão de julgamento de Ricardo Salgado, o inspetor admitiu aos jornalistas que possa ser o juiz Carlos Alexandre a realizar o interrogatório judicial aos quatro arguidos detidos.
O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Para esta investigação foram cumpridos 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
Sem os identificar, o DCIAP informou que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol.
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