A publicação, no órgão oficial correspondente ao Diário da República em Portugal, do texto assinado por Felipe VI é feita no dia seguinte à data limite para que um candidato fosse investido chefe do Governo, segunda-feira.
A Constituição espanhola estabelece que, se dois meses após a primeira investidura, que ocorreu em 23 de julho último, nenhum candidato for investido, o rei dissolve e convoca novas eleições.
Como se trata de uma repetição de eleições e assim como está previsto na Constituição, o decreto estipula que a campanha eleitoral tenha apenas uma semana, de 01 a 08 de novembro, e com subsídios aos partidos reduzidos para metade, com a ida às urnas a ser marcada para dois dias depois, 10 do mesmo mês.
As duas câmaras das Cortes (parlamento) - Congresso dos Deputados e Senado – terão a sua sessão constituinte em 03 de dezembro.
Nas eleições realizadas em 28 de abril último o parlamento ficou fragmentado entre cinco partidos com mais de 10% dos votos: o PSOE (socialistas) obteve 123 deputados (28,68% dos votos), o PP (direita) 66 (16,70%), o Cidadãos (direita liberal) 57 (15,86%), a coligação Unidas Podemos (extrema-esquerda) 42 (14,31%) e o Vox (extrema-direita) 24 (10,26%).
Na semana passada, Felipe VI desistiu de propor um candidato a chefe do Governo depois de mais de quatro meses de tentativas sem sucesso em que o atual primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, tentou obter o apoio do Unidas Podemos.
O PSOE defendeu até ao último minuto um acordo “à portuguesa” – acordo parlamentar com Governo exclusivamente socialista -, enquanto o Unidas Podemos defendia uma coligação governamental com ministros da extrema-esquerda.
As sondagens indicam que, para as quartas legislativas nos últimos quatro anos, os partidos tradicionais, PSOE e PP estão a subir na intenção de votos dos espanhóis, mas deverá continuar a haver dificuldade em formar um Governo estável, sem uma maioria clara no bloco de esquerda ou de direita.
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